Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil detectou que os peixes do Acre têm índice de contaminação por mercúrio de 35,90%.
A pesquisa analisou amostras de peixes consumidos pela população em seis estados da Amazônia brasileira, que apontou para uma concentração do metal 21,3% acima do permitido.
De acordo com o estudo, o Estado do Acre, só perde para Roraima que tem o maior índice de contaminação: 40% dos peixes analisados possuem índices do metal pesado altamente tóxico superior ao limite recomendado pelas regras sanitárias e de saúde.
A metodologia seguiu o seguinte critério para amostra: "foram analisados peixes vendidos em estabelecimentos comerciais em cidades nos estados e, depois, foi produzida uma média". O estudo analisou amostras do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
Veja a média percentual de contaminação de peixes da Amazônia
A reportagem completa, divulgada pelo site G1, explica que a "presença do mercúrio no organismo humano pode causar problemas de saúde que afetam o sistema nervoso, sendo mais grave o consumo por grávidas, por sua interferência na saúde do bebê, e para crianças".
A presença do mercúrio no organismo humano pode causar problemas de saúde que afetam o sistema nervoso, sendo mais grave o consumo por grávidas, por sua interferência na saúde do bebê, e para crianças podendo causar graves problemas de saúde, que afetam o sistema nervoso.
Das amostras - A pesquisa se concentrou em peixes que seriam vendidos para a população na capital Boa Vista. Pesquisadores coletaram 75 peixes de 27 espécies direto de pescadores em quatro rios: Uraricoera, Mucajaí, Branco e Baixo Rio Branco. Entre as espécies analisadas com maior contaminação estão o coroataí, barba chata, piracatinga, filhote e peixe cachorro.
Metodologia - Para identificar o nível de contaminação dos peixes, os pesquisadores fizeram as coletas dos animais em mercados públicos, feiras-livres ou direto com pescadores - como foi o caso de Roraima. Depois, analisaram o impacto dessa contaminação na saúde humana, usando como parâmetro o consumo de peixe entre quatro grupos: homens adultos, mulheres em idade fértil, crianças de 2 a 4 anos, e de 5 a 12 anos.
Do total geral de peixes estudados, 110 eram herbívoros, 130 detritívoros, 286 onívoros e 484 carnívoros. Os carnívoros, mais apreciados pelos consumidores finais, apresentaram níveis de contaminação maiores do que as espécies não-carnívoras.
"A contaminação de mercúrio em Roraima já havia sido identificado em estudos anteriores. Um deles, revelou índices altos de contaminação de peixes em trecho do Rio Branco na cidade de Boa Vista (25,5%), Baixo rio Branco (45%), rio Mucajaí (53%) e rio Uraricoera (57%). Outro, detectou que rios na Terra Yanomami, onde há forte exploração de ouro com uso de mercúrio, estavam com 8600% de contaminação por mercúrio", revela.