Maria Dalvani de Azevedo, ex-diretora da Divisão de Estabelecimentos Penais Femininos de Rio Branco, foi selecionada para integrar o grupo de 66 servidores da Segurança Pública do Acre que, em março de 2025, participarão de um curso da Special Weapons and Tactics (SWAT) nos Estados Unidos. No entanto, sua participação no treinamento tem gerado controvérsias, dado que ela é investigada por possíveis casos de tortura contra detentas no presídio feminino da Capital acreana.
A acusação contra Maria Dalvani surgiu após denúncias de detentas em novembro de 2024, que apontaram maus-tratos na unidade, incluindo o uso indiscriminado de medicamentos controlados. Um dos relatos sugere que o abuso de medicamentos teria levado à morte de uma detenta. O Ministério Público do Acre, por meio do promotor Thalles Ferreira Costa, coordenador do Grupo de Atuação Especial na Prevenção e Combate à Tortura (Gaepct), abriu um inquérito para apurar os fatos e investigar a possível responsabilidade da ex-diretora no episódio.
Após as denúncias ganharem repercussão na mídia, em outubro de 2024, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), vinculado ao governo estadual, se posicionou em defesa de Maria Dalvani, afirmando que todas as medicações administradas às detentas foram feitas sob prescrição médica. No entanto, a investigação segue em andamento e, até o momento, não houve um esclarecimento definitivo sobre as acusações.
Mesmo com o processo de investigação em curso, Maria Dalvani foi incluída no grupo de servidores escolhidos pelo governo do Acre para participar do curso da SWAT, uma das unidades de elite mais renomadas dos Estados Unidos, especializada em operações de alto risco e táticas avançadas de segurança pública. Os 66 servidores selecionados, entre integrantes das polícias Militar, Civil e Penal, além do Corpo de Bombeiros, foram recepcionados no Consulado Americano em Brasília na quarta-feira, 12, onde receberam seus passaportes e participaram de entrevistas para obtenção dos vistos de entrada no país.
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Representação do Governo do Acre em Brasília (Repac), foi responsável por articular o envio dos servidores à capital federal e pela organização do atendimento no consulado. O treinamento da SWAT visa aprimorar as habilidades operacionais e táticas dos agentes de segurança pública, com foco em situações de alto risco e ações de combate ao crime organizado.