Defesa do ex-jogador alega que o reconhecimento da paternidade foi baseado em um depoimento durante as investigações da morte da modelo Eliza Samudio
O ex-goleiro Bruno Fernandes quer que a Justiça autorize um exame de DNA para confirmar se é pai de Bruninho, filho dele com Eliza Samudio.
O recurso é uma apelação contra a indenização de R$ 650 mil que Bruno foi condenado a pagar ao filho, por danos morais e materiais. A decisão foi da Justiça de Mato Grosso do Sul e ocorreu em outubro de 2022.
De acordo com o advogado do ex-atleta, Wilton Edgar da Costa, o reconhecimento da paternidade foi baseado em um depoimento prestado por Bruno durante as investigações sobre a morte de Eliza Samudio.
À época dos fatos, a Justiça reconheceu a paternidade após Bruno relatar que, a partir de relatos de Eliza Samudio, Bruninho seria seu filho. Entretanto, a defesa contesta a oficialização do reconhecimento sem que seja feito um exame de DNA.
Ainda segundo o defensor, o ex-goleiro não teria condições financeiras de arcar com o pagamento da indenização, nem consegue arrumar um emprego para seguir a vida.
A produção da CNN tentou contato com a família de Eliza Samudio, mas ainda não obteve um retorno.
Liberdade condicional
No dia 12 de janeiro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) concedeu liberdade condicional ao goleiro Bruno Fernandes.
Na decisão, a juíza Ana Paula Abreu Filgueiras apontou que Bruno cumpriu regularmente as condições da prisão domiciliar.
“Se este Juízo negasse ao apenado a obtenção do livramento pelos fundamentos expostos pelo MP [Ministério Público], estaria atuando como legislador positivo, erigindo requisito não previsto em lei”, diz o documento.
A decisão prevê que o jogador compareça a cada três meses em um dos anexos do Patronato Magarino Torres, da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, para assinar o boletim de frequência e manter atualizados seu endereço e suas atividades.
Desde julho de 2019, Bruno cumpre a pena em regime domiciliar semiaberto, após decisão da Justiça de Minas Gerais.
O jogador foi condenado em 2013 a 20 anos e nove meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver da modelo e ex-namorada Eliza Samudio, desaparecida em 2010 aos 25 anos.