O Tribunal de Justiça do Acre aceitou a denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Acre (MP/AC), contra o ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, no âmbito da Operação Midas, que investigou suposta prática de corrupção na gestão da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb).
Marcus Alexandre foi prefeito de Rio Branco entre 2013 e 2018 – quando deixou a gestão da cidade para concorrer ao governo do Acre. Apesar de aceita a denúncia, o processo ainda está na fase inicial, e o ex-prefeito vai apresentar defesa. O processo está em segredo de justiça, portanto, não pode ter nenhum documento divulgado.
A investigação do Gaeco apontou uma séria de irregularidades e práticas criminosas dentro da Emurb, na gestão de Jackson Marinheiro, então diretor-presidente do órgão municipal. Nas fases da investigação, coordenada pela Polícia Civil, o ex-chefe do órgão acabou sendo preso.
Até então, Alexandre não integrava a lista de investigados, mas agora acabou incluído e denunciado. Com isso, o ex-prefeito estranhou a postura do Ministério Público, e alega que tem perseguido “uma certa perseguição”, logo no momento em que o nome dele começa a circular nos bastidores políticos, à véspera de um ano eleitoral. A denúncia aponta prática de peculato e formação de quadrilha.
“Eu estou muito tranquilo, e vou apresentar meus esclarecimentos quando me forem solicitados. Sempre fui muito transparente, enquanto prefeito, e atuei com cuidado e respeito à lei. Quando a investigação começou eu coloquei os órgãos todos à disposição do MP, para esclarecer o que fosse necessário”, destaca o ex-prefeito.
Marcus Alexandre também frisou que é totalmente a favor de qualquer investigação. “Mas creio que estão tentando criminalizar a atividade política, pois estou sendo acusado por ajudar famílias vítimas das enchentes, igrejas, por fazer obras sociais, por ajudar lideranças comunitárias nas demandas dos bairros da cidade”, avalia.
A Operação Midas teve a primeira fase deflagrada em setembro de 2016, com mandados de busca, apreensão, bloqueios judiciais e prisões. Além disso, houve a apuração interna de investigação em pelo menos três órgãos da estrutura do município, incluindo a Emurb. A investigação concluiu que houve fraude em contratações para desviar R$ 7 milhões do órgão.
“Ressalto que sou perseguido há muito tempo. Inclusive, fui alvo de mais de 46 processos, um absurdo sem tamanho, sendo que, dez anos depois, com todos os meus sigilos a disposição (telefônico, bancário, fiscal), a justiça arquivou 43. E os demais terão o mesmo desfecho, com toda certeza”, completa o ex-prefeito de Rio Branco.