O professor e doutor Jonas Pereira de Souza Filho, ex-reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), emitiu uma carta aberta nesta segunda-feira, 04, falando sobre a sua exclusão do processo de admissão a uma cadeira na Academia Acreana de Letras (AAL).
Na carta, o ex-reitor ressalta o respeito que tem pela Academia, mas lamentou que a sua candidatura não havia sido homologada, sendo a justificativa apresentada, descumprimento do Edital, por sua parte.
Segundo ele, a sua candidatura poderia encontrar resistência, visto que entre os membros da Comissão Eleitoral e Diretoria, havia pessoas que, notoriamente, possuem divergências políticas e ideológicas resultado de uma convivência nem sempre harmoniosa no seio da Universidade Federal do Acre (UFAC).
“Mesmo assim, entendendo ser essa uma questão que poderia passar ao largo dos interesses da Academia Acreana de Letras, inscrevi-me, em 25/05/22, para concorrer a uma cadeira da AAL. OEDITAL 001 DE 19 DE ABRIL DE 2022 ofertava 10 cadeiras vagas, e assim, imediatamente, passei a organizar a documentação devida, inclusive tratei de conseguir uma carta de indicação/recomendação de um dos seus membros que pudesse endossar minhas pretensões. A carta me foi proporcionada pelo ilustre imortal Prof. Dr. José Dourado de Souza, a qual atestou minha reconhecida capacidade e comprovada produção acadêmica, científica e cultural”, escreve.
Em outro trecho, o doutor afirma que a documentação exigida para o certame foi entregue em local, data e horário definidos.
“Ressalto que o material por mim entregue, no ato da inscrição, foi devidamente conferido (Checklist) pelos membros da Comissão Eleitoral, a saber, o imortal Enilson Lima e a imortal Maria José Bezerra, na minha presença. O material entregue foi aceito sem nenhuma ressalva ou contestação. A propósito, se algo que faltasse tivesse sido identificado, eu teria ainda tempo suficiente para resolver, uma vez que o período de inscrição se estenderia até o fim da tarde daquele dia”, afirmou.
Por fim, o professor lamenta a decisão dos membros do conselho eleitoral e afirma que só resta "chorar o leite derramado”.
“Tenho mais o que fazer e prioridades pessoais e familiares, razões pelas quais não acionarei a AAL judicialmente. Também não o farei pelo profundo respeito que tenho por seus membros imortais, notadamente o membro que fez a minha carta de indicação, e minha mãe, que procurei – e, ainda continuo nesse propósito – manter longe desse processo, pois, indubitavelmente, se tivesse sido colocada a par de todo o ocorrido, certamente o consideraria desrespeitoso, injusto, e inadmissível. O que me resta, então, é lamentar. Lamentar não as minhas perdas e danos, mas o descaso e o desrespeito tão aviltantes. Nem sequer, fui merecedor de uma resposta sobre o meu pedido de reconsideração.
Lamento, profundamente, que a Academia Acreana de Letras esteja sendo gerida por mãos de ferro, compadrio e pensamentos retrógrados, que ainda usa velhas práticas, onde o que se sustenta é o autoritarismo, não o diálogo democrático esperado principalmente em templo de intelectuais”, encerrou.