Com um sorriso gentil, a dona Raimunda Barbary está completando seu centésimo aniversário nesta quinta-feira (10). Natural de Cruzeiro do Sul, foi adotada com um ano e nove meses de idade por Domingos Jorge Barbary, tio de Estherfan Barbary, avô do secretário de estado de indústria, ciência e tecnologia, Assurbanipal Barbary Mesquita.
É uma história intrínseca dos barrancos do Juruá que envolve famílias do seringal Humaitá, hoje município de Porto Walter, onde aportaram famílias sírias e libanesas na década de 1910 em busca do “ouro da Amazônia”, a exploração do látex. “Eram comerciantes atraídos pela exploração da borracha”, disse Assurbanipal Mesquita.
Madrinha Fifi – como é chamada pelo pai adotivo e as gerações da família Barbary que ela ajudou a criar e educar, trabalhou a partir de 1940 como professora dando as primeiras aulas no seringal Humaitá, depois em Cruzeiro do Sul.
Em Rio Branco, onde morou após fazer tratamento de saúde, ela se destacou com aulas de reforço em sua própria casa, no Izaura Parente. Dona Raimunda trabalhou na fundação da escola Samuel Barreira e por vários anos no Instituto São José.
“Fifi era a forma aportuguesada como o tio Domingos a chamava carinhosamente. Hoje é um dia muito feliz pra toda a nossa família. Ela é considerada nossa matriarca porque ajudou a nos criar, educar e aconselhar ao longo de todos esses anos” destacou dona Linda Barbary.
Esbanjando saúde, totalmente lúcida, dona Raimunda é católica praticante e recita poesias. Quando questionada sobre a receita para se viver tantos anos disse que “é deixar a vida levar (sorriu). Ao lado de Assurbanipal Mesquita, revelou que vive um misto de alegria e medo. “Alegre por completar essa idade, medo por saber que estou mais próxima da morte”.
Desde cedo dona Raimunda recebe os cumprimentos de familiares e amigos, ex-alunos. O secretário publicou em sua rede social uma homenagem a matriarca. “Professora Barbary como é conhecida é nossa matriarca”, disse.