As quase 40 famílias acreanas de pequenos e médios agricultores que estão em uma área de conflito no município de Lábrea, no Amazonas, voltaram a receber ameaças de morte após voltarem a ocupar suas propriedades. No dia 30 de março, elas foram expulsas de forma violenta pela ação de seis pistoleiros. À época, um morador foi assassinado e casas incendiadas.
Há quase dois meses, elas decidiram voltar para a área mesmo sem garantias de segurança. Quando da expulsão em março, os criminosos fizeram fotografias dos moradores e disseram que, caso retornassem, seriam mortos.
Conforme informações repassadas ao Notícias da Hora, as ameaças foram feitas por homens em duas motos, que passaram o “recado” a um dos moradores. Uma das famílias, inclusive, já saiu do seringal São Domingos, como é conhecida a região. “O clima é de muito medo neste fim de semana lá”, disse uma fonte.
O temor é de que ocorram conflitos já que parte dos moradores decidiu se armar como defesa caso ocorra a ação de jagunços. Como forma de enfrentar uma ação da pistolagem, os homens só trabalham em grupos e armados. Outra estratégia foi deixar o ramal que dá acesso ao seringal em condições de tráfego para uma fuga mais rápida.
A ação da polícia na região é um impasse por ser uma área do Amazonas. As polícias do Acre e de Rondônia têm efetivos mais próximos para uma eventual resposta, mas alegam não poder atuar por uma questão territorial. A polícia do Amazonas mais próxima está na sede de Lábrea, distante 500 quilômetros do São Domingos; não há acesso terrestre da cidade para o seringal.
Na semana passada, o Notícias da Hora publicou reportagem especial mostrando o clima de medo na região da tríplice divisa do Acre com o Amazonas e Rondônia. A região, por conta do histórico de assassinatos e da impunidade, ganhou o nome de “faroeste amazônico”.