Com o Acre e mais 22 estados e o Distrito Federal em níveis críticos da pandemia, com índices acimas dos 85% dos leitos de UTI Covid ocupados, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) voltou a sugerir a adoção de um lockdown para conter o avanço da pandemia e evitar mais mortes pela covid-19. No Acre, 95% dos leitos de UTI estão ocupados. Em Rio Branco, que compreende o Into e o Pronto Socorro, a taxa chega a 100%, de acordo com a Fiocruz.
No boletim divulgado hoje, a instituição diz que “as medidas de bloqueio (lockdown) constituem um remédio amargo, mas que são absolutamente necessárias em momentos de crise e colapso do sistema de saúde como a que o país vive agora, evitando mais mortes”.
Além da adoção do lockdown como medida para conter a doença, os pesquisadores da Fiocruz dizem que é preciso juntar essa medida a outras tão importantes quanto à primeira. Eles sugerem a ampliação do número de leitos com qualidade e segurança, “bem como prevenção do desabastecimento de medicamentos e insumos. Estas medidas devem ser seguidas das de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade da propagação”.
Em outro trecho do documento, os cientistas afirmam que é preciso adotar a testagem em massa, ampliando o processo, além de acelerar a vacinação, com a compra e ampliação da produção de vacinas. “Além disso, como barreira para a disseminação da pandemia e preservação de vidas, faz-se imprescindível a garantia de condições para que a população possa se manter em casa protegida, limitando a circulação de pessoas nas cidades apenas para a execução de atividades verdadeiramente essenciais”. Ou seja, a instituição de programas de transferências de renda como o auxílio emergencial.
Ainda de acordo com o boletim, os pesquisadores sugerem toque de recolher a partir das 20 horas até às 6 da manhã e durante os finais de semana, adoção de medidas para reduzir a superlotação no transporte coletivo, fechamento de bares, ampliação da testagem, entre outras medidas.
“Estas medidas de bloqueio demandam pelo menos 14 dias de duração e em algumas situações podem demandar mais tempo, a depender da amplitude e do rigor da aplicação. Estudos internacionais mostram que pode haver uma redução da ordem de 40%, se forem combinadas e aplicadas rigorosamente. Neste contexto é fundamental que todos os que não realizam atividades diretamente relacionadas aos serviços essenciais fiquem em casa e que o Estado, por meio de medidas emergenciais de auxílio e assistência social, garanta isso”.