Com sofrimento até o final, e uma boa dose de sorte, o Flamengo chegou ao bicampeonato brasileiro e coroou a arrancada incrível nas últimas rodadas.
Mesmo com derrota para o São Paulo, em atuação apagada de seu ataque, e falhas do goleiro Hugo Souza, a equipe rubro-negra contou com o empate do Inter diante do Corinthians, e terminou na frente na reta de chegada.
O jovem goleiro já havia errado contra o mesmo São Paulo, no mata-mata que eliminou o Flamengo da Copa do Brasil. Luciano e Pedro marcaram para o tricolor paulista, e Bruno Henrique diminuiu.
Passado o susto, o Flamengo celebra o segundo bicampeonato de sua história. Só havia conseguido emendar dois títulos brasileiros em 1092 e 1983. Agora, em 2019 e 2020.
Tensão e violência
O Flamengo exalou tensão pelos poros de seus jogadores no primeiro tempo. Diante de uma equipe recuada, que só dava combate até o meio-campo, teve difulcade de criação.
A receita já tivera sucesso a favor de outros oponentes em jogos anteriores do Brasileiro.
Não deixar o Flamengo jogar foi a tônica do São Paulo no Morumbi, nem que precisasse acumular faltas em sequência.
Assim, Gerson foi caçado. Por Daniel Alves e demais jogadores do São Paulo. Arrascaeta também não ficou atrás e levou pontapés.
Enquanto o Flamengo mantinha a posse de bola inofensiva, o São Paulo esperou. Com três zagueiros, limitava bem as ações de Gabigol próximo da área.
As altenativas de desafogo também eram bloqueadas. Pelos lados, Bruno Henrique e Éverton Ribeiro não tiveram apoio suficiente. Quando subiam, os laterais deixavam espaços.
E era assim que o São Paulo procurava sair em velocidade com as bolas esticadas. Por isso a tônica dos primeiros 45 minutos foi mesmo a bola parada.
No primeiro lance mais agudo, Gustavo Henrique obrigou Tiago Volpi a fazer boa defesa, mas a arbitragem marcou falta na disputa pelo alto.
O lance mais polêmico foi um pênalti pedido pelo São Paulo, de Isla em Igor Vinicius. A arbitragem viu bola na mão de Dani Alves no começo da jogada, e ignorou as reclamações.
Aos 49 minutos, o São Paulo achou o gol em sua única finalização, contra oito do Flamengo.
No lance, Éverton Ribeiro fez uma falta grosseira em Tchê Tchê. O goleiro Hugo armou uma barreira estranha, e Luciano encaixou no canto do goleiro, que se movimentou errado.
A esta altura, o Inter estava perto da vitória sobre o Corinthians, e jogadores e dirigentes rubro-negros acompanhavam de seus celulares o jogo no Sul.
Reação suficiente
A bola parada do Flamengo voltou com tudo no segundo tempo. Em jogada ensaiada, Arrascaeta cobrou no segundo pau um escanteio, Gustavo Henrique desviou, e Bruno Henrique completou para o gol, aos cinco minutos. O empate animou o Flamengo.
A estrutura das equipes se manteve. Sem qualquer constrangimento, o São Paulo se armava para contragolpear. E jogar no erro do adversário. E ele veio. Mais um de Hugo Souza. O goleiro repôs no peito de Daniel Alves, que tocou para Pablo. A defesa estava aberta e não conseguiu chegar a tempo de evitar a finalização: 2 a 1.
Aos 20 minutos, ao ver seu ataque inoperante, Rogério Ceni lançou Pedro. Mas Gabigol saiu com dores na coxa. O jogo brigado ganhou mais intensidade. O que obrigou o técnico do Flamengo a fazer mais alterações nos 15 minutos finais.
Os veteranos Diego e Isla deram lugar a João Gomes e Matheuzinho. As mexidas foram sinal claro de que o elenco carece de opções mais decisivas além de Pedro. E o t ime passou o tempo que restava jogando bola na área e torcendo para o Inter não abrir o placar.