O Juruá em Tempo conversou com uma das 18 vítimas da explosão de uma embarcação no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, na semana passada. Em entrevista ele conta como aconteceu o acidente.
“Lembro de tudo, todos os detalhes. O fogo começou pela bateria, com uma faísca de fogo. Nós achamos que a gasolina tinha vazado por baixo, mas vimos que estava meio molhado dentro”.
Ele explica que chegou a alertar o tripulante, que ligava o motor do barco, de que uma vasilha com gasolina ainda não tinha sido fechada.
“Nós éramos passageiros e não podíamos fazer nada. Quando eu vi faísca de fogo, eu ainda disse que iria incendiar. Quando eu vi já foi o fogo na minha roupa. Pulei na água e disse pra minha filha pular. Ela pulou, mas já estava sem jeito. Foi uma coisa terrível, tanto eu como ela gritávamos de dor”.
Do total de vítimas, duas morreram e seis já foram transferidas para o hospital de Minas Gerais.
Segundo informações extraoficiais, o restante das vítimas que estão internadas no Hospital do Juruá e de Rio Branco serão transferidas para o outro estado ainda hoje.
O ex-proprietário do barco, José Francisco do Nascimento Neto, conta que vendeu a embarcação em novembro do ano passado. A parcela de R$ 3 mil estava atrasada, quando procurou o atual dono para fazer a cobrança.
Agora, com o barco totalmente queimado e sem receber o combinado, Neto diz que não sabe o que vai fazer.
“Foi um acidente, mas na minha mão um negócio daquele não aconteceria. Tenho 30 anos de barco. Não sei como vai ficar a situação, ninguém sabe nem se ele [o atual proprietário] escapa”, disse.