A Universidade Federal do Acre (UFAC) está no centro de um escândalo após uma série de matérias divulgadas pelo portal Notícias da Hora, que revelou uma suposta falsificação no processo seletivo de vagas residuais do curso de Medicina.
A professora de Enfermagem Larissa Vanessa Machado e o diretor do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD), Carlos Frank Viga, estão sendo investigados pela Polícia Federal por uso de documentos falsos.
Larissa Vanessa Machado apresentou documentos fraudulentos para obter uma vaga residual no curso de Medicina. Entre esses documentos estava uma procuração assinada eletronicamente por seu marido, Carlos Frank Viga, que também é diretor do CCSD. Um dos documentos alegava que Larissa havia estudado Medicina em uma universidade que não oferece o curso no campus mencionado.
A investigação começou após uma denúncia anônima, revelando que a universidade de origem de Larissa não a reconheceu como aluna e que a declaração de matrícula era falsa. Um ofício enviado ao Ministério Público Federal confirmou a ilegalidade na documentação apresentada por Larissa.
Uma Comissão Especial de Inquérito Administrativo da UFAC foi instaurada, resultando no cancelamento definitivo da matrícula de Larissa e no encaminhamento do caso às autoridades competentes. Além disso, um processo disciplinar foi iniciado contra ela, e a situação de outros candidatos à vaga também foi verificada. Testemunhas indicaram que houve fraude no acesso de Larissa às provas das vagas residuais e que o processo de ingresso foi iniciado pelo Centro Acadêmico, que não possui essa atribuição. Fontes sugerem que Carlos Frank Viga aproveitou-se de sua união estável com Larissa para iniciar o processo.
Em sua defesa, Larissa Vanessa Machado alega inocência, afirmando que sua vida pregressa como servidora não interfere em sua vida acadêmica e pede o arquivamento do processo administrativo. No entanto, a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar indiciou Larissa, enquadrando-a no artigo 116, inciso IX, da Lei nº 8.112/90, que trata da conduta compatível com a moralidade administrativa. Especialistas argumentam que Larissa deveria responder por improbidade administrativa, o que poderia resultar em sua demissão.
Há rumores de que a conduta de Larissa pode resultar em demissão e de que há pressão para abafar o caso dentro da UFAC. A comunidade acadêmica critica a UFAC pela demora e falta de transparência na condução dos processos administrativos, acusando a comissão de ser usada politicamente e de não agir com celeridade.
Carlos Frank Viga, além de ser investigado no caso de falsidade ideológica, também responde a um processo judicial por assédio dentro da UFAC, com um processo administrativo aberto na comissão de ética. Caso sejam condenados, Larissa e Carlos Frank poderão enfrentar pena de reclusão de um a cinco anos e multa, com um aumento de pena devido ao uso de seus cargos públicos para cometer os crimes.