Mais de 230 imigrantes venezuelanos atravessaram a fronteira entre o Peru e o Brasil no mês de outubro, após a reabertura do acesso entre os dois países, e procuraram refúgio em Assis Brasil (AC). A situação beira a calamidade, segundo o prefeito da cidade, Antônio Barbosa, o Zum.
Os imigrantes estão alojados em duas escolas da rede pública municipal. Eles recebem diariamente café, almoço e janta, além de atendimento médico. Um custo alto para um Município endividado que sobrevive de repasses constitucionais.
O prefeito Antônio Barbosa já calcula prejuízos com a deterioração dos prédios escolares e alguns equipamentos, desde a chegada dos primeiros grupos. Para mantê-los com alimentação diária, ele está pedindo ajuda ao governo do Estado e à União, caso contrário a prefeitura não terá condições de continuar arcando sozinha com as despesas.
"O custo está ficando alto demais porque são 600, 700 refeições diárias. Estou falando de café da manhã, de almoço, janta, além dos problemas que vêm agregados a isso como escolas deterioradas."
Entre os venezuelanos há perfis profissionais variados. Existem engenheiros, professores e médicos. Alguns estão trabalhando na cidade em obras públicas contratados por empresas terceirizadas, informa o prefeito.
O fluxo de imigrantes voltou a aumentar depois que Brasil e Peru resolveram reabrir a fronteira após a queda nos casos de covid-19. O acesso entre os dois países ficou fechado por pelo menos seis meses.
Os imigrantes fogem da fome na Venezuela que se agrava há anos com a enorme crise política e econômica sem controle pelo governo de Nicolas Maduro. Em Rio Branco, venezuelanos, alguns dos quais indígenas, são vistos principalmente nos semáforos pedindo comida e dinheiro.