A Fundação Hospital do Acre voltou a realizar transplantes após a suspensão dos serviços por causa da pandemia.
Para viabilizar o processo de captação do órgão é necessário a integração de uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da Central Estadual de Transplantes, equipe da Fundhacre, além de um grupo cirúrgico altamente especializado.
Toda organização e logística para execução dos transplantes de fígado é um compromisso e cuidado do governo do Estado, que tem atuado de forma assídua, juntamente com as instituições de saúde e equipe do Transplante Hepático do Acre, coordenada pelo cirurgião Tércio Genzini.
O Serviço de Transplante Hepático foi credenciado em dezembro de 2013, sendo efetuado o primeiro procedimento em abril de 2014. Desde então, foram realizados 61 transplantes de fígado na Fundhacre.
O programa conta com ambulatório pré e pós transplante semanal, além do atendimento mensal do responsável técnico do serviço. Nos ambulatórios são avaliados todos os pacientes com indicação de transplante hepático e também é realizado o acompanhamento dos pacientes já transplantados.
“O andamento do Serviço de Transplante Hepático necessita do envolvimento e comprometimento de uma equipe multidisciplinar e para o sucesso do retorno e ampliação deste serviço foi determinante o empenho e compromisso do governo do Estado, por meio da Fundhacre”, destacou a coordenadora do transplante hepático, Valéria Monteiro.
Terceiro transplante
Desde o retorno dos transplantes, suspenso em razão do período da pandemia de covid-19, que a Fundhacre vem se empenhando por meio do Serviço de Transplante Hepático da unidade, e foi na segunda-feira, 30, que ocorreu o terceiro procedimento desde o retorno do programa. O órgão, que chegou por volta das 16h, é proveniente de Campo Grande (MS).
O receptor, Antônio José Costa da Silva, 42 anos, natural de Cruzeiro do Sul, já aguardava na fila de espera por um fígado há mais de 2 anos. Portador de Cirrose Hepática por vírus da hepatite B, teve seu quadro agravado pela evolução de um Hepatocarcinoma.
O paciente internou aos cuidados assistenciais da equipe da Fundhacre, nas primeiras horas da manhã do dia 30. A cirurgia, que ocorreu sem intercorrências, teve início por por volta das 16h e durou em torno de sete horas, com término por volta das 23h.
Após alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na quinta-feira, 2, Antônio José participou de uma missa na Capela Divina Misericórdia do hospital.
“Eu recordei o quanto foi difícil no dia que comecei a ficar sem forças, depois foi piorando ainda mais com desmaios, inclusive vomitava sangue. Diante de tudo isso, veio a misericórdia de Deus na minha vida, quando recebi a notícia que ia ser transplantado. Tenho muita gratidão a todos. Aqui tomo meu remédio na hora certa e tenho atendimento de qualidade. Agradeço aos médicos e a toda a equipe”, disse Antônio José.
Gomes Silva de Souza Campos, 20 anos, portador de cirrose hepática por álcool, procedente de Boca do Acre (AM), foi o segundo a ser transplantado. O paciente teve alta da UTI no dia 30 de maio e foi para casa no dia 3 de junho.
“Cheguei aqui no estado muito abatido. Eu deitava e sentia muita dor no estômago. Eu vim em busca do tratamento. O sentimento é de alegria, por ter recebido um fígado novo. Agradeço a equipe do hospital”, frisou Gomes.
A mãe do transplantado Gomes, Alcirene de Souza, relata quando houve a preocupação em ver que o filho não aparentava estar bem. Foi quando decidiu procurar por atendimento.
“Ele fez uns exames em Boca do Acre, e vi que meu filho não estava bem, estava com os olhos amarelos. Viemos para Rio Branco e fizemos uns exames, quando ele foi diagnosticado com cirrose hepática. Hoje, vê-lo bem me traz paz e felicidade. Agradeço ao governo e a toda a equipe que ajudou meu filho nesse momento”, ressaltou a mãe.