O presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), Antonio Aquino Lopes – o Toniquim – estaria recebeu, em dezembro do ano passado, R$ 215 mil em salário para comandar o futebol acreano. A informação foi publicada pelo portal UOL, um dos mais lidos do país, e aponta o Lopes como um dos 27 chefes futebolísticos do país agraciados.
Apesar de não haver ilegalidade no pagamento, caso este esteja ocorrendo, o valor de alta cifra, chama a atenção da imprensa nacional e da comunidade do futebol. Além do salário, a Confederação Brasileia de Futebol (CBF) estaria repassando também outros R$ 100 mil de apoio à federação do Acre.
“Entre janeiro e dezembro de 2021, o salário dos presidentes de federações estaduais chegou a saltar mais que dez vezes, indo em alguns casos de R$ 20 mil, no início do ano, para R$ 215 mil, no último mês dele, quando entram em vigor bônus e afins pagos pela entidade, segundo aponta a CBF”, revelou o jornalista Diego Garcia, colunista de UOL.
O jornalista completa que segundo os holerites aos quais a coluna teve acesso, o aumento passou a ser gradativo, a partir de junho - mesmo mês que vieram à tona denúncias de assédio sexual contra o presidente afastado em 6 de junho, Rogério Caboclo - ou julho.
Cartolas que antes recebiam R$ 20 mil passaram a ganhar R$ 50 mil no segundo semestre. Porém, em agosto, a remuneração subiu para R$ 70 mil; em outubro, R$ 160 mil; em novembro, R$ 195 mil; e, em dezembro, R$ 215 mil. Por outro lado, fontes da CBF apontam os aumentos bruscos como parte dos "bônus" pagos anualmente pela entidade a todos os funcionários e colaboradores, não necessariamente uma evolução salarial tão significativa quanto a análise bruta dos números indica.
Os 27 presidentes de federações estaduais recebem os repasses da CBF, apelidados de "Mensalinho" pelos cartolas. Outro incremento veio nos valores enviados para cada entidade, que subiu quase 20%, indo de R$ 85 mil para R$ 100 mil no segundo semestre. Em outros casos, dirigentes que tinham vencimentos na casa dos R$ 40 mil em janeiro tiveram incremento para R$ 70 mil em junho; R$ 82,5 mil em setembro; R$ 140 mil em outubro; e R$ 175 mil em novembro. No fim, totalizou R$ 952.500 no ano.
Em entrevista ao site Acre 24 horas, o presidente da FFAC rechaçou as informações da imprensa, e disse que provará que nunca recebeu os valores divulgados. Toniquim alega que a reportagem tem o objetivo de movimentar o cenário político eleitoral dentro da confederação.
“Estou tranquilo, não faço nada errado. Esses valores não são verdadeiros e eu vou provar. O que acontece é que esse tipo de notícia é plantada por conta de candidatos que não têm chances na disputa pela presidência da CBF e tenham tumultuar. Se o negócio fosse dinheiro eu não teria aberto mao da presidência da CBF, onde o salário é de R$ 330 mil”, questionou.
Veja a reportagem completa: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/diego-garcia/2022/03/05/fundao-eleitoral-da-cbf-aumentou-salarios-de-cartolas-em-ate-975.htm