Gorilas do Parque Safari do Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, testaram positivo para Covid-19. A instituição emitiu um comunicado nesta segunda-feira, dia 11, com a confirmação do resultado, feita pelo Laboratório Nacional de Serviços Veterinários (NVSL), do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O zoológico explicou que dois macacos começaram a apresentar sintomas na última quarta-feira, dia 6, e foram submetidos a testes preliminares pelo Sistema de Laboratório de Segurança Alimentar e Saúde Animal da Califórnia (CAHFS) na sexta-feira. Os resultados foram confirmados na segunda-feira.
A instituição trabalha com a hipótese de os gorilas terem sido contagiados por um membro da equipe assintomático apesar das precauções tomadas, como uso de EPI pelos funcionários.
As medidas de segurança foram implementadas desde o início da pandemia na Califórnia e incluem uso de máscara, lavagem frequente das mãos, distanciamento social, higienização intensificada do ambiente e limitação do acesso da equipe a espécieis suscetíveis.
"Nossos veterinários e equipe de cuidados com a vida selvagem serão vacinados na primeira oportunidade, começando pelos membros da equipe veterinária que foram recentemente aprovados para receber a vacinação", destacou o zoológico em nota.
'Sintomas leves'
Um terceiro animal também está no mesmo estado que os dois primeiros, com congestão nasal e tosse.
Segundo os responsáveis pelos gorilas, embora nem todos do bando tenham sido testados, é possível que também tenham se infectado, por causa do fácil contágio característico do coronavírus. Eles estão sob supervisão veterinária e "todo o bando está sendo cuidadosamente observado", segundo o zoológico.
"Eles estão bem. Com exceção de alguns sintomas leves, o bando está comendo e bebendo. Eles estão sendo observados de perto e não há nada que sugira hoje que eles não terão uma recuperação completa", afirmou Lisa Peterson, diretora-executiva do San Diego Zoo Safari Park.
'Primeiro caso conhecido de transmissão natural para grandes símios'
Ainda não se sabe, porém, de que maneira a doença pode evoluir. O zoológico informou que estudos de pesquisa verificaram que alguns primatas são suscetíveis à infecção com SARS-CoV-2, mas este é o primeiro caso conhecido de transmissão natural para grandes símios.
"Não sabemos se a infecção por SARS-CoV-2 criará uma doença semelhante à humana nos gorilas. Os veterinários irão monitorar os gorilas de perto e tratar os sintomas à medida que surgirem. Eles também recorrerão a funcionários de saúde com experiência com o vírus para aconselhamento e consulta", explica a instituição, que continua fechada ao público desde 6 de dezembro de 2020.
O Parque Safari do Zoológico de San Diego recomenda que pessoas com suspeita de Covid-19 evitem contato direto com animais de estimação e respeitem a vida selvagem, não explorando áreas naturais.
Até o momento, não há vacinas aprovadas para uso em animais, mas estão em desenvolvimento os testes de imunizantes para algumas espécies.
"Sabemos que tanto os gatos de estimação quanto os grandes, cães e alguns outros mamíferos podem ser infectados com SARS-CoV-2, mas ainda não conhecemos todos os animais que podem ser infectados. Há relatos de animais infectados com o vírus em todo o mundo, incluindo visons, cães de estimação, gatos e furões, bem como tigres, leões, leopardos das neves e um puma", acrescenta.