Dados retirados do relatório Conflitos no Campo - Brasil 2022 divulgados esta semana pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram uma crescente ascensão de conflitos pela posse da terra em áreas indígenas no Acre.
De acordo com os pesquisadores, o que antes tratava-se de enfrentamento a ação de sem-terra, contra a reforma agrária, hoje se concentra em ações de grileiros com invasões a áreas já demarcadas, como é o caso das terras indígenas.
Essa tese é reforçada pela pesquisadora Isolete Wichinieski. "A comissão tem observado que, de 2004 para cá, está havendo mudança no foco desses conflitos, que deixaram de ser, em sua grande maioria, com os sem-terra, de disputa pela terra e contra a reforma agrária, para conflitos que vão para cima das comunidades, especialmente indígenas, por meio da grilagem mesmo ou invasões", pontua.
No Acre, há 8 terras indígenas com registro de conflitos agrários. São elas: T.I Cabeceira do Rio Acre, em Assis Brasil; Terra Indígena Jaminawa do Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul; T.I Kampa, que compreende Feijó e Jordão; Terra Indígena do Estirão, em Santa Rosa do Purus; Terra Indígena Alto Rio Purus, nos municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano; Terra Indígena Caiapucá e Terra Indígena Jaminawa do Rio Caeté, ambas em Sena Madureira; e Terra Indígena Kaxinawá Praia do Carapanã, em Tarauacá.
Além disso, há conflitos registrados na Reserva Chico Mendes em uma área que abriga 1.800 famílias. Também há registro de conflitos na Floresta Estadual do Antimary, que abrange uma área de 45.686,57 hectares. As duas áreas enfrentam a ação de grileiros.
Atualmente, em todo Acre, há 44 áreas que sofrem com conflitos agrários, de acordo com a CPT.