O Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), da região do Alto Rio Juruá, deixou sua marca na 60ª edição da Bienal de Veneza, na Itália. O coletivo se destacou ao criar a obra mais monumental e significativa do evento, adornando a fachada do pavilhão central com um mural impressionante de 750 metros.
A obra retrata o mito de Kapewë Pukeni, conhecido como o jacaré-ponte, mergulhando o espectador no mito de origem dos Huni Kuin, que narra a separação intercontinental entre os povos e a formação da identidade Huni Kuin.
Em uma postagem nas redes sociais, o grupo destacou que "Kapewë Pukeni torna-se assim uma imagem central no fortalecimento dos laços entre estrangeiros em todo o mundo e no papel da arte como meio de resistência".
Durante dois meses, os artistas, incluindo Ibã Huni Kuin, Kássia Borges, Acelino Tuin, Cleiber Bane, Pedro Maná, Yaka Huni Kuin, Rita Huni Kuin, Cleudo Txana Tuin e Isaka Huni Kuin, dedicaram-se à pintura da parede em Veneza.
A Bienal de Veneza, que este ano apresenta mais de 300 obras de artistas de diversas regiões do mundo,
é marcada não apenas por sua magnitude como a maior exposição de arte do mundo, mas também por ser a primeira vez que um brasileiro assume o papel de curador, destacando a arte indígena. Adriano Pedrosa, diretor do Museu de Arte de São Paulo, escolheu como tema "Estrangeiros em todo lugar", celebrando os 60 anos do evento.