Numa demonstração da situação de penúria financeira por que passam os órgãos do governo estadual, o Instituto de Terras do Acre (Iteracre) está sem verbas para enviar seus agentes para uma intermediação de conflito agrário na zona rural do município de Tarauacá.
Ocupando uma área do seringal Morongaba há mais de 30 anos, as famílias correm o risco de ser expulsas a partir de um mandado de reintegração de posse impetrado por um suposto dono que, agora, surge na região. Receosas de perderem toda uma história de vida no seringal, as famílias procuraram o Iteracre para realizar a intermediação.
Dos funcionários, receberam a informação de que não poderiam ir até o local por não haver recursos disponíveis. “O governo não teve a sensibilidade de desembolsar R$ 6 mil para o custo de combustível e de diárias dos servidores”, diz o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), que trouxe o caso a público na semana passada.
O pedido para que o governo do Acre atuasse no caso foi feito pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tarauacá, reforçado pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Acre (Fetacre). A resposta foi a mesma: não há verba em caixa para a saída da equipe de Rio Branco para o município, distante 408 km da capital.
O instituto chegou até a pedir que as despesas das diárias da equipe técnica - que somavam pouco mais de R$ 6 mil - fossem custeadas pela entidade. Informados de que a Fetacre também não teria o dinheiro, responderam que fariam uma solicitação à Casa Civil do governo.
“Nós podemos ter ali um conflito agravado, com possibilidade, inclusive, de confrontos físicos por conta da ausência daqueles que têm a responsabilidade de ser o órgão mediador”, ressalta Edvaldo Magalhães.