Uma pesquisa conduzida pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre revela uma realidade preocupante em Rio Branco: mais de 60% das famílias estão endividadas.
O estudo, realizado em novembro do ano passado com 390 entrevistados, destaca que 63% deles estão com algum débito, principalmente com
cartão de crédito, seguidos por contas de água, energia elétrica e gás.
A pesquisa também aborda outras fontes de endividamento, como carnês de lojas, cheque especial, prestações de carro e casa, entre outros.
Ao analisar o perfil da população endividada, a pesquisa aponta que 55% são mulheres, contra 45% de homens. Quanto à faixa etária, o maior índice está entre pessoas de 30 a 39 anos.
Os dados revelam que 51% dos entrevistados têm dívidas recentes, com menos de 30 dias, enquanto 28% enfrentam compromissos financeiros que ultrapassam os 90 dias. Do total de devedores, 33% estão negativados, sendo 70% registrados pela Serasa e 30% pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
A pesquisa também abordou os valores das dívidas, indicando que 33% dos entrevistados devem entre dois e seis salários mínimos, enquanto 29% enfrentam dívidas superiores a seis salários mínimos. A maioria dessas pessoas, mais de 70%, possui renda familiar mensal de até três salários mínimos.
Comparando com o cenário estadual, o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa aponta que, em novembro de 2023, cerca de 44,29% da população adulta do Acre estava inadimplente.
Houve uma leve redução de 0,42% em relação a outubro, indicando que 1.169 acreanos conseguiram sair da lista de negativados.
A análise por faixa etária mostra que pessoas de 26 a 40 anos lideram o índice de inadimplência, com 36,6%, seguidas por consumidores de 41 a 60 anos (33,9%). Os maiores de 60 anos representam 15% do total de inadimplentes, enquanto pessoas com até 25 anos correspondem a 14,5%.
O setor de contas básicas, como água, energia e gás, continua sendo a principal fonte de dívidas no Acre, representando 46,67% dos casos. O varejo vem em segundo lugar, com 18,08%, seguido por bancos e cartões, com 15,92%.