Símbolo da preservação ambiental no Acre e modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil, pelo menos era para ser, a Reserva Chico Mendes volta ao cenário nacional de forma negativa. Idealizado pelo ambientalista Chico Mendes, atualmente a reserva lidera o ranking de queimadas em unidades de conservação.
Em matéria publicada pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, na edição de hoje (28), a reserva tem se tornado palco de disputa de terras e o avanço da pecuária nas terras dos castanhais e seringais. A cultura extrativista segue ameaçada com a introdução da pecuária, que com a baixa no preço dos produtos florestais, a criação de gado surge como uma alternativa para os extrativistas, que aos poucos vão mudando seu modo de vida.
Na reserva já é possível ver rebanhos acima de 30 cabeças, o permitido pela legislação em áreas de unidades de conservação.
Se depender do presidente Jair Bolsonaro (PSL) essas áreas de unidades de conservação terão seus limites reduzidos. Ontem, 27, em conversa com governadores da Amazônia Legal, ele disse que as unidades de conservação inviabilizam o desenvolvimento dos estados, ao citar como exemplo o Acre que 86% do seu território é preservado. Apenas 14% são explorados com atividades não extrativistas.