Acusado dos crimes de corrupção passiva, peculato e prevaricação, o major da reserva da Polícia Militar do Acre, que integrava o Batalhão de Operações Especiais – BOPE, Josemar Barbosa de Farias foi inocentado das acusações pelo conselho de juízes militares, em audiência realizada na manhã desta quarta-feira, 9, na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar.
Tenente Farias, como é mais conhecido pela sociedade, foi alvo da “Operação Sicário” da Polícia Civil acreana com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECCO, do Ministério Publico, e foi acusado, entre outras coisas, de manter estreitas relações com integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, onde atuava em beneficio aos interesses do grupo criminoso.
A operação foi desencadeada em 27 de dezembro de 2018, onde foram cumpridos 45 mandados judiciais, sendo 23 de prisões e 22 de buscas e apreensões. Das 23 prisões, no dia da operação foram realizadas 18, sendo 12 em Rio Branco e outras seis em município do Acre. Os mandados judiciais foram cumpridos em bairros de Rio Branco e nas cidades de Cruzeiro do Sul, Plácido de Castro e Acrelândia.
O militar ficou preso por quase 10 meses enquanto aguardava julgamento. Em junho do ano passado, Josemar Farias foi condenado a sete anos e sete meses de prisão e perda da função. O julgamento aconteceu por meio videoconferência por conta da pandemia da Covid-19 e a decisão foi tomada pelo colegiado de juízes do Tribunal de Justiça do Acre. Ao todo, o juízo da 3ª Vara Criminal de Rio Branco condenou 18 pessoas, entre elas o militar, por integrar organização criminosa, na ocasião a defesa do militar informou que iria recorrer da decisão.
Dois meses antes do julgamento, em abril de 2021, Josemar Farias foi promovido ao cargo de Capitão, e estava como subcomandante do Batalhão Ambiental. Em setembro do mesmo ano, ou seja, pouco mais de dois meses da sua condenação, Farias foi para reserva remunerada. O decreto publicado no Diário Oficial foi assinado pelo governador Gladson Cameli teve como justificativa de que o militar já havia completado 35 anos de serviços à corporação. Josemar Farias se aposentou com a patente de Major.
O recurso da condenação ainda está em curso e o militar aguarda o julgamento da apelação em liberdade.