Cearense de Juazeiro do Norte, criado em Brejo Santo e formado na Universidade Federal do Acre (Ufac), o médico Glauber Alves de Lucena é o típico cidadão do mundo que bebe da água do rio e vai ficando na cidade que ele banha. Aos 40 anos, Glauber já está há 13 clinicando em Rio Branco e se destacando por sua eficiência, generosidade e dedicação aos que mais necessitam, qualidades que lhe garantiram em 2021 três homenagens: do Ministério Público do Estado do Acre; do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) onde faz atendimento voluntário aos jovens que cumprem pena e da Assembleia Legislativa do Acre.
Glauber pode ser considerado uma rara conquista do sistema público de saúde do Acre, um dos estados com maior déficit de médicos por habitantes do Brasil. O estado contava com 108 médicos para cada 100 mil habitantes até 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio de 2020. O estado é o quarto do país com menor número de profissionais. Em Brasília que tinha em 2019 o maior número, a proporção era de 338/100 mil.
Linha de frente
A Faculdade de Medicina da UFAC forma em torno de 40 médicos por ano, mas dá pra contar nos dedos de uma mão o número de profissionais que permanecem no Estado após a conclusão do curso. “Eu tenho orgulho em fazer parte da 8ª turma de formandos da UFAC. Desde que passei no vestibular nunca fui embora, só saí do Acre a passeio, me incorporei à comunidade”, comentou o médico.
Por ser uma pessoa muito simples e acessível a todos que o procuram, o médico é bastante popular na região da Baixada da Sobral onde dá plantões na UPA e onde fez questão de atuar na linha de frente do combate à Covid 19. Sua dedicação foi tanta que acabou sendo infectado e passando algumas semanas em isolamento até poder voltar à linha de frente. “Faz parte, não dá pra exercer a Medicina sem correr riscos. Graças a Deus sobrevivi para continuar servindo à comunidade acreana”, ressaltou Glauber.