O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) recebeu informações dos médicos de Cruzeiro do Sul em que apontam o risco de colapso do sistema de saúde no Juruá devido ao aumento da demanda dos casos do novo coronavírus. A quantidade de pacientes internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) já chegou ao limite e os leitos das enfermarias Covid-19 já se aproximam do 100% de ocupação.
Segundo o presidente em exercício do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, com o limite máximo alcançado e a falta de profissionais, em decorrência da Operação da Polícia Federal, existe a possibilidade de aumento do número de mortes. O medo dos trabalhadores é de continuarem realizando uma carga horária acima da prevista e acabarem presos.
Para atuar de forma paliativa, os médicos buscam racionalizar os plantões para garantir a existência de algum profissional, mas o estresse elevado e a quantidade de atividades extenuantes vem causando desgastes para as equipes.
“É inadmissível que o governo do Estado ainda não tenha atendido a demanda do Juruá. Estamos em situação de alerta para a possibilidade de caos na região, mas os gestores têm ignorado a situação”, protestou Guilherme Pulici.
Enquanto os trabalhadores continuam oferecendo assistência, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) ainda não apresentou documentos e auditorias de 2018 e 2019 para demonstrar a regularidade dos plantões, sobreavisos, visitas aos pacientes e entre outras atividades médicas realizadas. Sem o fornecimento dos dados, o governo do Estado parece continuar punindo o trabalhador da saúde e o paciente.
Caso não haja apoio do governo para atender as necessidades do Juruá, o Sindmed-AC encaminhará denúncias ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e um pedido de intervenção do Ministério da Saúde.