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Morte de Cristo e Páscoa: a opinião de um pastor e um padre sobre duas das principais datas do calendário cristão

Morte de Cristo e Páscoa: a opinião de um pastor e um padre sobre duas das principais datas do calendário cristão

Jesus morreu em uma sexta-feira e ressuscitou, segundo a Bíblia e a tradição cristã, no domingo. O dia da morte é relembrado por cristãos de todo o mundo como um momento de dor e sacrifício. A ressurreição é comemorada como uma porta de salvação para a humanidade. A páscoa é a passagem, o triunfo, um alvorecer, apesar do apelo comercial, afirma o padre Jairo Coelho, da Catedral Nossa Senhora de Nazaré.

“A Páscoa é, para nós cristãos, a Festa das festas. É a prova de que a morte não prevalece sobre a vida, mesmo quando nós atentamos contra ela. A ressurreição de Cristo é a razão da nossa fé. Por isso, embora os apelos comerciais sejam grandes, o verdadeiro significado da Páscoa é o que nos faz existir e persistir na fé.”

O presidente da Convenção de Igrejas e Ministros da Assembleia de Deus no Acre, pastor Pedro Abreu de Lima, diz que as visões e entendimentos sobre a morte de Cristo mudam do catolicismo para o protestantismo. “Não entendemos que a morte de Cristo deva ser uma comemoração tradicional que é lembrada uma vez por ano, tornando-se um evento irrelevante para a vida das pessoas. Na Igreja em que sou pastor, a morte de Jesus Cristo relembramos juntamente com os irmãos no ato da celebração da Santa Ceia”, salienta o líder evangélico.

Pedro Abreu explica que a Páscoa é a passagem da morte para a vida, que no Antigo Testamento é representado pela saída e libertação do povo de Israel do Egito.

Para o pastor, o comércio na Páscoa com a venda de ovos de chocolate “acaba tirando o foco do verdadeiro sentido desta data”.

“Não podemos negar que o mercado econômico se apropria dessa data para lucrar com a venda de chocolates em formato de um ovo, e com isso, acaba tirando o foco do verdadeiro sentido desta data, que para nós, é muito especial”

“Comemoramos a passagem da morte para a vida. Também simboliza a passagem da escravidão do pecado para a liberdade da vida com Deus. Nós cristãos comemoramos tradicionalmente a Páscoa, mas, a ressurreição de Jesus aconteceu no domingo, ocasião em que se comemorava a festa da páscoa pelos judeus. Isso não podemos esquecer: Jesus ressuscitou! E por tanto, o que devemos comemorar é a sua ressurreição e não a festa da Páscoa.”

O padre Jairo Coelho afirma que a “Paixão do Senhor não é uma tradição ultrapassada, porque ela continua acontecendo nos dias atuais”.

“A Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário, mas, não só isso. É o drama de tantos condenados e crucificados de hoje, também. Porém, a morte não tem a última palavra, a cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. A Paixão de Jesus, reflete a paixão de tantas famílias que hoje choram a dor da perda de seus entes queridos, sobretudo, por conta da pandemia e também da guerra no mundo. Em nossa cidade, a violência continua a fazer tantas vítimas, levando famílias inteiras a padecer o seu calvário. Portanto, a Paixão do Senhor não é uma tradição ultrapassada, porque ela continua acontecendo nos dias atuais”, conclui.