O Ministério de Portos e Aeroportos, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar), está conduzindo uma pesquisa nacional para avaliar os serviços prestados por companhias aéreas e aeroportos a pessoas com deficiência. O objetivo é identificar barreiras enfrentadas por esses passageiros e propor melhorias para tornar a aviação civil mais inclusiva e acessível.
Entre as principais reivindicações já registradas estão o uso de tecnologias para repassar informações de voos a pessoas com deficiência auditiva e o transporte cuidadoso de cadeiras de rodas. “A ideia é compreender as principais barreiras existentes e trabalhar junto aos aeroportos e companhias aéreas para reduzir os problemas detectados
O estudo aborda desde o momento da compra da passagem até o desembarque, com foco nas dificuldades enfrentadas pelos passageiros. Já foram identificadas melhorias necessárias, como:
- Acessibilidade em sites e aplicativos: plataformas de companhias aéreas ainda apresentam barreiras para pessoas com deficiência visual e motora;
- Orientação no embarque e a bordo: passageiros surdos relatam dificuldades em compreender informações essenciais transmitidas pelos tripulantes;
- Capacitação dos funcionários: atendimento especializado ainda é visto como insuficiente em muitos aeroportos.
Os participantes da pesquisa avaliam a relevância e a efetividade de 89 práticas de acessibilidade em aeroportos e companhias aéreas. Dentre as mais bem avaliadas estão a disponibilização de “finger” (ponte de embarque acessível) e programas de visitas para familiarização com o ambiente aeroportuário.
Segundo dados do Ministério do Turismo, divulgados em 2023, 53,5% dos turistas com deficiência deixaram de viajar dentro do Brasil devido à falta de acessibilidade. A pesquisa revelou que a maioria dos turistas com deficiência são mulheres (64,4%), com idades entre 41 e 50 anos (24,3%), e da região Sudeste (49,1%).
Interessados podem participar da pesquisa acessando a plataforma Participa + Brasil ou o site do projeto Aviação Acessível, que também oferece um Manual de Acessibilidade para a Aviação Civil Brasileira. O documento reúne práticas de acessibilidade e um programa de treinamento para capacitar aeroportos e companhias aéreas.