A maioria das mulheres, que sofreu tentativa de feminicídio em 2023, é da cor parda ou preta. É o que mostra o Observatório de Violência de Gênero do Ministério Público do Acre (MPAC). A taxa naquele ano para este grupo de mulheres é de 5.5, enquanto de mulheres da cor branca foi de 0.7. Mulheres indígenas vítimas de tentativa a taxa ficou em 0,5.
O estudo analisa dados de 2018 a 2023, por ano em que ocorreu o fato. Na série histórica, é possível perceber a escalada da violência contra as mulheres. No primeiro ano, a taxa era de 2,3. Em 2019, subiu para 4.0. No ano seguinte, 4.7. Já em 2021, 5.6. Caiu para 3.6 em 2022 e voltou a subir em 2023, com 6.9.
Capixaba tem a maior média de tentativas, 13,7, levando em consideração a população de 4.853 mulheres. Plácido de Castro é o segundo, com 8,3 e Tarauacá, com 8,2. Rio Branco tem a menor taxa, com 3,7, em um universo de 186.150 mulheres.
Os dados revelam também que a maioria dos casos foi praticado pelo companheiro ou pelo ex-companheiro.
Em 74% dos casos não haviam medidas protetivas expedidas pela Justiça. Apenas em 15% deles. Em 42% dos registros, a vítima estava separada ou em processo de separação.