O empresário e dono do X (antigo Twitter) justificou que essa seria a única maneira de combater os robôs e as contas falsas
O empresário e dono da plataforma X (antigo Twitter) , Elon Musk, sugeriu que todos os usuários da rede social devesse pagar para ter um perfil na plataforma. A fala surgiu durante uma conversa na última segunda-feira (18) com o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Ela foi transmitida ao vivo pela plataforma X, e trazia discussões sobre tecnologia de Inteligência Artificial.
Para o bilionário, o sistema de pagamento para ter um perfil na rede social seria a única solução para combater os bots e as contas falsas no site. "Estamos caminhando para ter um pequeno pagamento mensal pelo uso da plataforma", disse Musk. Ele já havia expressado que estava em uma luta contra os bots antes de adquirir o Twitter, dizendo que iria "derrotar os bots de spam ou morrer tentando”.
"Um bot custa uma fração de centavo [...] Mas, se alguém tiver que pagar alguns dólares ou algo assim, o custo efetivo para [fazer] os bots fica muito alto", afirmou Musk. Mas ele garante que seria um valor pequeno. "Essa é uma longa discussão, mas, em minha opinião, essa é a única defesa que temos contra os exércitos de bots", conclui o empresário.
O dono da Tesla e do antigo Twitter não confirmou se a ideia é um plano firme que a empresa está trabalhando. Mas não é a primeira vez que ele sugere tal medida.
Entretanto, a cobrança mensal dos usuários não tem sido bem recebida. Especialistas apontam que a medida pode afugentar os anunciantes — principal fonte de receita da rede — e prejudicar o desenvolvimento da plataforma. Outra questão são as possibilidades de plataformas concorrentes com funções semelhantes, mas que são gratuitas para o uso, como o caso do Threads, da Meta Platforms.
Desde que assumiu a gestão do Twitter , no final de 2022, o empresário tem movido ações para que os usuários tornem-se pagantes da plataforma, com o oferecimento do chamado X Premium , no valor de R$ 60 por mês. A versão paga atualmente libera alguns recursos aos usuários, bem como maior visibilidade e postagens mais longas.
Outros assuntos
O primeiro-ministro e o empresário discutiram questões relacionadas ao antissemitismo no X. Netanyahu disse que Musk estaria "comprometido" com o combate de antissemitismo na plataforma, e que "não é uma tarefa fácil", mas que fosse encontrado um "equilíbrio".
Espero que você encontre, dentro dos limites, a capacidade de parar não apenas com o antissemitismo, mas com qualquer ódio coletivo às pessoas que o antissemitismo representa”, disse o primeiro-ministro.
O X foi acusado pela Liga Antidifamação (ADL) de não conseguir impedir que fosse divulgado conteúdos antissemitas, sendo levantado que nas duas primeiras semanas após a compra do Twitter, os discursos haviam aumentado 61%. O comunicado dizia que Musk estava "se engajando e dando proeminência” aos grupos antissemitas.
Musk foi categórico na conversa em dizer a Netanyahu que era “contra o antissemitismo”.