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No Acre, 70 cientistas de 12 países diferentes fazem perfuração histórica em Rodrigues Alves

No Acre, 70 cientistas de 12 países diferentes fazem perfuração histórica em Rodrigues Alves

Uma pesquisa histórica chama a atenção em Rodrigues Alves, no interior do Acre, após a chegada de 69 cientistas de 12 países diferentes. Os pesquisadores querem entender um pouco mais a história da Amazônia, e buscam resquícios no subsolo que possam esclarecer o passado: 65 milhões de anos atrás, logo após a extinção dos dinossauros.

A ideia dos pesquisadores é escavar um poço com mais de 2 quilômetros de profundidade em Rodrigues Alves, e a proposta tem o apoio da Universidade de São Paulo (USP), que está colaborando com a pesquisa. Estima-se que a perfuração leve cerca de três meses para ser concluída. Além de Rodrigues Alves, os pesquisadores também planejam perfurar um poço em Bagre, uma cidade no interior do Pará.

Essa iniciativa permitirá a coleta de informações sobre a formação e as mudanças ao longo do tempo na região amazônica, além de fornecer insights sobre como ela poderá se comportar no futuro, especialmente em relação às mudanças climáticas. Cada conjunto de informações coletadas pelos pesquisadores é chamado de “testemunho”.

Um “testemunho” consiste em uma amostra cilíndrica com até seis metros de comprimento, contendo uma representação vertical das diversas camadas de rochas e sedimentos presentes no subsolo da floresta. Cada camada contém evidências físicas, químicas e biológicas que os cientistas podem analisar em laboratório, permitindo inferências sobre as condições do mundo na época em que a camada em questão estava exposta.

O professor da USP, André Sawakuchi, ressalta que essa quantidade é significativamente superior a qualquer pesquisa realizada até hoje para compreender a origem geológica da Amazônia. Vale lembrar que já foram realizadas perfurações anteriores no Acre, inclusive pela Petrobras, mas sem finalidades científicas. Os pesquisadores afirmam que esse é o programa de pesquisa mais abrangente já organizado para estudar a Amazônia, com um orçamento previsto de aproximadamente US$ 4 milhões.