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No Juruá, projeto envolve famílias para proteger quelônios da ameaça de extinção

As espécies de quelônio estão entre os principais alvos da caça predatória que pode provocar até mesmo sua extinção. Os animais, além disso, estão entre os principais alimentos da dieta dos ribeirinhos. Para amenizar estes impactos, as próprias famílias que moram às margens do rio Juruá, no Acre, passaram a atuar como protetoras, assegurando uma reprodução monitorada.  
 
O projeto “ do : Eu Protejo” é desenvolvido pela organização não-governamental (ONG) SOS Amazônia para garantir a conservação das espécies de tartarugas, tracajás e iaçás na região. Desde 2003, mais de 35 mil  passaram a povoar a região do Vale do .
 
Famílias ribeirinhas protegem, voluntariamente, desovas de quelônios em praias do rio Juruá, situadas dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor e da Reserva Extrativista Alto Juruá, duas das mais importantes unidades de conservação federais do Acre. Elas são estratégicas por garantirem a proteção permanente da região que concentra a maior biodiversidade do planeta.  As unidades estão localizadas na fronteira com o Peru. 
 
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Técnicos da SOS Amazônia fizeram, entre os meses de abril e dezembro de 2018, visitas e acompanhamento às áreas de proteção nas comunidades ribeirinhas. A ação consistiu em identificar e supervisionar regiões de desovas de quelônios mediante a inserção de faixas de sinalização nas praias, além de conscientizar os comunitários sobre a importância desses animais para a manutenção do ambiente.
 
Ano passado foram 1.580 ninhos monitorados por 35 famílias voluntárias, em 38 praias ao longo do Juruá. A SOS Amazônia registrou a presença de 6.752 ovos de quelônios, sendo que68% dos filhotes permaneceram vivos, ou seja, não foram predados ou os ovos não estavam gorados. Ao total, 3.687 filhotes de quelônios foram soltos na bacia do rio Juruá desde novembro passado.
 
As tartarugas da Amazônia são a espécie mais ameaçada de extinção dentre os quelônios. Por isso, a importância de fortalecer as iniciativas de manejo e conservação desses animais. O projeto, mesmo com a falta de apoio financeiro permanente, continua firme em proteger esses animais, com o intuito de diminuir a pressão humana sobre a fauna da região. 
 
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O período de desova de quelônios no rio Juruá ocorre na época de vazante, quando se formam as praias, geralmente entre abril e maio. A soltura dos filhotes ocorre a partir de novembro, quando os rios já estão cheios novamente.
 
A cada ano, a SOS Amazônia mobiliza as famílias voluntárias na proteção de quelônios do rio Juruá, entregando kits de proteção das praias. Os ribeirinhos desempenham papel fundamental na proteção das praias e no monitoramento da desova, eclosão dos ovos e da soltura dos filhotes. 
 
As crianças acompanham os pais nessa atividade, o que as aproxima da prática de conservação dessas espécies. Eles registram o número de ninhos, o número de ovos e números de filhotes vivos e soltos nos rios. As informações são coletadas, registradas em ficha de campo e repassadas para a SOS Amazônia, que analisa e monitora os resultados.