..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

Outras notícias

Onda de calor que atinge o Acre eleva em 23,4% o consumo de energia elétrica e provoca fila de espera nos serviços de climatização

Onda de calor que atinge o Acre eleva em 23,4% o consumo de energia elétrica e provoca fila de espera nos serviços de climatização

Um sol pra cada acreano

No mês mais quente do ano, outubro, o Acre saiu do consumo de 89.593 megawatts-hora (MWh) para 110.586 MWh. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou às 14h40 (horário de Brasília) na última segunda-feira, dia 13, um novo recorde de consumo de energia: o patamar de 100.955 megawatts (MW). O dia mais quente no Acre foi registrado em Assis Brasil: 40,5ºC. Comércio registra fila de espera na venda de ar-condicionado e climatizador. Clientes investem de R$ 319 a R$ 7 mil para fugir do calor.

9 de outubro de 2023. Assis Brasil, na tri-fronteira Brasil/Bolívia/Peru, registrou a temperatura mais alta do ano no Acre: 40,5ºC. Em Rio Branco, onde vive mais de 50% da população do estado, o pico de calor foi registrado no mesmo dia com temperatura mais baixa, na casa dos 39,1ºC.

Os dados são do “O Tempo Aqui”, do pesquisador Davi Friale. Se comparados com os registros de temperaturas de outras regiões do país, há um certo alívio, segundo o portal, no Brasil, a maior temperatura do ano, até o momento, foi 44,2ºC, registrada em Cuiabá (Mato Grosso). O Acre, porém, não foge de uma outra onda, a do aumento nas contas de energia provocada pelo uso maior do ar-condicionado, climatizadores, o ventilador e outros recursos que a população busca para se refrescar.

WhatsApp_Image_2023-11-15_at_13.08.49-2.jpeg

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou nesta segunda-feira (13) um novo recorde de consumo de energia. A demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN): às 14h40 (Horário de Brasília), registrou o patamar de 100.955 megawatts (MW). Essa foi a primeira vez na história do SIN que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano. Na segunda-feira, no município de Araçuai, em Minas Gerais, foi registrada a temperatura mais quente do país, 42,9ºC.

O Acre saiu do consumo de 89.593 megawatts-hora (MWh) para 110.586 MWh. O período analisado pela Energisa – empresa responsável pela distribuição de energia no estado – foi o mês de outubro, considerado o mais quente do ano. O aumento no consumo de energia foi de 23,4%. Agosto, mesmo não tendo sido o mês mais quente esse ano, registrou uma elevação no consumo de energia na casa de 88%, comparado ao mesmo período de 2022.

WhatsApp_Image_2023-11-15_at_13.08.49.jpeg

Em novembro que registrou em 2022 no Acre uma onda polar com temperatura de 13,6% a previsão não é tão otimista. Segundo Davi Friale, “terá chuvas um pouco abaixo da média, enquanto as temperaturas deverão ficar um pouco acima da média, na maior parte do estado. São esperadas novas ondas de incursão de ar polar na segunda quinzena do mês”, analisou o pesquisador que prevê menos calor.

No final de novembro, a partir do dia 30, começa bem em Dubai, no Emirado Árabes Unidos, mais uma edição da Conferência das Partes, a COP 28, que reúne representantes de todo o mundo, entre eles, diplomatas, governos e membros da sociedade civil, com o objetivo de discutir e organizar as iniciativas sobre os impactos das mudanças climáticas.

A delegação acreana e representantes de todo o país vão levar na bagagem para o evento, a informação de que em todo o Brasil o aquecimento foi superior a 1,5ºC. Acima do que já foi pactuado entre os países que participam da maior conferência do clima.

WhatsApp_Image_2023-11-15_at_13.08.46.jpeg

População investe pesado para fugir do calor e provoca filas para ter acesso a produtos e serviços de climatização

Se por um lado a população – principalmente de baixa renda – vem sofrendo com a onda de calor que atinge o estado, por outro, tem quem esteja lucrando com o fenômeno provocado, segundo ambientalistas, pelo El Niño.

As altas temperaturas tem gerado mudanças no setor de vendas e serviços de climatização como instalação e manutenção de ar condicionado. Nas lojas, a alta demanda levou vendedores a criarem lista de espera.

“Temos vendido desde o ventilador de 40 cm até o ar condicionado da marca inverter de 36 mil btus, a procura fez a loja criar lista de espera de até 15 dias pela chegada dos produtos”, confirmou a gerente da Gazin, Diná Queiroz.

WhatsApp_Image_2023-11-15_at_13.08.44.jpeg

O investimento para fugir do calor vai desde R$ 319 (ventilador de 40 cm) até R$ 7.000 (Ar condicionado de 36 mil btus). Ainda de acordo a especialista em vendas, a população com poder aquisitivo maior, trocou equipamentos que não davam conta das altas temperaturas.

“Houve uma procura grande por climatizadores de até 60 litros. Muitos usaram esse equipamento como alternativa para ajudar a fugir do calor, alguns, ligados junto com o ar condicionado”, acrescentou Diná Queiroz.

Na outra ponta, proprietários de oficinas especializadas em manutenção também tiveram rotina de serviços alterada. José Alencar Holanda, empresário do setor, afirmou que “a maior demanda foi de manutenção de ar condicionado, aparelhos que perderam a eficiência”.