Após a repercussão estrondosa do vídeo divulgado com exclusividade pelo Notícias da Hora sobre uma possível “fera” no rio Crôa, o professor doutor em Ciências Biológicas, Moisés Barbosa, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da Universidade Federal do Acre A(Ufac) analisou as imagens.
O pesquisador levantou duas hipóteses para o fenômeno. Ele disse que a região do Crôa é uma área de muita sedimentação vegetal, ou seja, matéria orgânica. As folhas das árvores sedimentam no leito do rio. Com o passar do tempo e a decomposição dessas, a liberação de gases para a atmosfera se fazem presentes gerando um espetáculo da natureza.
“Há possibilidade forte. Eu acredito que pode ser a liberação de gases. Aquela área ali tem bastante matéria orgânica. Então, o que pode acontecer? Uma liberação de gases e aí formar aquela borbulheira toda. Essa é uma outra possibilidade forte, a liberação de gases produzidos no fundo do rio que se desprende fazendo aquilo. Isso pode acontecer”, diz o pesquisador.
Questionado a respeito da possibilidade de ser um animal de grandes proporções, como uma cobra sucuri ou um jacaré, ele descartou as duas possibilidades. Cientificamente, ele argumenta que no caso da sucuri, ela não tem hábito de acasalar dentro d’água e mesmo que fosse uma luta com outro animal, ela teria que vir a superfície em busca de oxigênio. Quanto a um possível jacaré gigante, ele aponta que esse tipo de réptil ele busca a superfície.
“Jacaré ele não faz aquilo, ele não dar aqueles pipocos, ele vai e levanta, logo ele vai e bóia”, destaca.
Em última hipótese, e descartada as anteriores, o professor e pesquisador aponta que o fato presenciado pelos ribeirinhos trata-se de um enorme cardume de peixes que pode ter sentido a presença de um predador e faz toda aquela explosão de atos sincronizados.
“Eu diria, que pela experiência que eu tenho com peixes na fazenda, de alimentar, de ver o redemoinho deles, o movimento, eu diria que é peixe. Ali você observa que tem várias explosões. Eu diria que é um cardume de peixes”, explica o pesquisador.
Barbosa conta que recebeu vários pedidos de populares, acadêmicos, professores, a respeito de uma explicação cientifica para o caso. Ele conta que, além da sua experiência cotidiana, ele lançou mão de analisar o vídeo com outros colegas pesquisadores para fazer o embasamento da tese defendida por ele.
Moisés Barbosa ministra disciplinas de Zoologia, Manejo de Fauna Silvestre, Ecologia de Campo e Biologia de Anfíbios nos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Biologia, mestrado em Ecologia e no doutorado em Biotecnologia da Ufac.
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