Assis Brasil é novamente palco de descobertas científicas que podem mudar o entendimento sobre a ocupação humana na Amazônia. No quilômetro 6 da BR-317, Estrada do Pacífico, uma equipe de arqueólogos e pesquisadores está realizando escavações em um sítio batizado de “Sol do Alemão” nome que remete à forma circular e radiante dos geoglifos encontrados no local, semelhantes a um sol desenhado no solo, e também em homenagem ao proprietário da área, conhecido como Pedro Alemão.
Durante os trabalhos de escavação, foram encontrados fragmentos de cerâmica e carvão vegetal a 1 metro e 30 centímetros de profundidade, indicando antigas ocupações humanas. O objetivo da equipe é investigar o tempo de habitação e abandono do local, além de coletar materiais para datação e análise arqueológica.
Participam da expedição renomados especialistas do Instituto Geoglifos da Amazônia, da Universidade de Helsinki e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São eles:
• Dr. Alceu Ranzi, geógrafo e pesquisador natural de Rio Branco (AC, Brasil), representante do Instituto Geoglifos da Amazônia;
• Dra. Judite Ferreira, também de Rio Branco (AC, Brasil), integrante do Instituto Geoglifos da Amazônia;
• Dr. Martti Parssinen, arqueólogo da Universidade de Helsinki, na Finlândia;
• Dra. Antônia Barbosa, arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com atuação no Acre.
Além das escavações em Assis Brasil, os pesquisadores estão percorrendo outras cidades do Acre e do sul do Amazonas, como Boca do Acre, para investigar se esses sítios arqueológicos fazem parte de uma única e vasta rede de ocupações simultâneas. As evidências sugerem que essa parte da Amazônia pode ter sido o lar de uma grande comunidade interligada há centenas, ou até milhares de anos.
Além da relevância científica, a descoberta desperta o interesse turístico. O local pode futuramente se tornar um ponto de visitação e aprendizado, integrando-se a roteiros de turismo histórico, ecológico e cultural em Assis Brasil. Um possível centro de interpretação no local poderia receber estudantes, visitantes e pesquisadores, promovendo educação patrimonial e valorizando a história milenar da região.
“É uma chance de unir ciência, cultura e desenvolvimento sustentável. Assis Brasil pode se tornar referência não só em pesquisas, mas também como destino para quem deseja conhecer a história profunda da Amazônia”, afirmou a arqueóloga Antônia Barbosa.
O prefeito Jerry Correia destaca a importância da pesquisa:
“Assis Brasil faz parte da história viva da Amazônia. Essa descoberta reforça o quanto o nosso território é especial e guarda memórias valiosas dos povos que viveram aqui. É motivo de orgulho para toda a nossa população.”
A Prefeitura de Assis Brasil segue apoiando ações que valorizam o conhecimento, a ciência e a preservação do patrimônio histórico-cultural da nossa terra.