Provável candidato a governador, o senador Sérgio Petecão (PSD) pode erguer palanque para o ex-presidente Lula no Acre e ao mesmo tempo fazer uma dobradinha com Jorge Viana, caso o petista decida ser candidato ao Senado. É o que diz uma reportagem do jornal Folha de São Paulo.
A reportagem lembra que o PT foi derrotado em 2018 depois de 20 anos governando o estado, e pode abrir mão de disputar o governo pela primeira vez desde a redemocratização.
"Não cabe ter uma visão curta, temos que ter humildade e ter os pés no chão. É como uma travessia no deserto, a gente precisa se abastecer para chegar ao outro lado", diz o petista Jorge Viana, que governou o Acre de 1999 a 2006.
"Vamos conversar com todos os setores não alinhados a Bolsonaro".
A possibilidade surge depois da anulação das condenações do ex-presidente Lula, confirmada no plenário do STF nesta quinta-feira (15), e a confirmação de sua elegibilidade para 2022 devem acelerar as negociações em torno do possível apoio de partidos mais ao centro à sua candidatura à Presidência.
A estratégia envolve a negociação de apoios a candidatos de partidos como o PSD, MDB e PSB nos estados, tendo como contrapartida o apoio dessas legendas ao ex-presidente em sua tentativa em retornar ao Planalto em 2022.
O entendimento entre líderes do partido é que, ao contrário das eleições de 2020, quando o PT lançou candidaturas em 21 das 26 capitais, no próximo ano a legenda deve apostar em alianças com candidatos do campo de oposição a Jair Bolsonaro (sem partido).
"Está claro nas últimas intervenções de Lula que a melhor estratégia é repetir o perfil da candidatura de 2002, abrindo espaço para partidos do centro democrático", diz o senador Paulo Rocha (PT-PA).
A tendência é que o PT tenha candidaturas próprias em estados onde já governa, caso de Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, e em grandes colégios eleitorais como São Paulo e Rio Grande do Sul.
Por outro lado, há espaço para negociações em estados em que o PT costuma compor com aliados, caso de Alagoas e Amazonas, e nos estados onde a legenda já foi forte, mas perdeu espaço, caso de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Acre.
Abaixo a reportagem: