Obras vão desde reabertura de caminhos tomados pelo mato a obras de reforço para escoamento de carga pesada
Além do dinheiro, da tecnologia e da disposição política, a realização de obras de engenharia no Acre depende muito do comportamento do verão, principalmente quando a extrema necessidade é a recuperação de ramais, obra que não combina com a estação das chuvas. No ano passado nada menos do que oito mil quilômetros de ramais receberam uma intervenção de abertura ou recuperação. “Foi um verão longo, até em dezembro havia obras em andamento”, comenta o engenheiro Petrônio Antunes, diretor-presidente do Deracre (Departamento de Estrada de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Estado do Acre), autarquia estadual que comemorou seu 58º aniversário na última segunda-feira, 26.
Desta forma, depende do humor do verão de 2021 o cumprimento da meta da gestão Gladson Cameli que prevê o Deracre superando o resultado de 2020 e intervindo em mais de oito mil quilômetros de ramais em todo o Acre. As obras já estão a todo vapor, como mostra a visita do governador a Plácido de Castro em pleno domingo, 25. O Governo prevê obras em todos os municípios, em parceria com as Prefeituras e com investimento, só em ramais, de R$ 150 milhões. “Este é o valor do investimento em máquinas, contrapartida aos municípios parceiros e em combustível”, explica Petrônio.
De acordo com ele, as obras nos ramais variam de tamanho e conteúdo, podendo ser de simples abertura de trechos que estão totalmente tomados pelo mato a obras de engenharia mais sofisticadas como drenagem, levantamento de leito, piçarramento e pavimentação. É o caso, por exemplo, de parte das obras que estão sendo realizadas em Plácido de Castro com recursos de uma emenda parlamentar.
Carga pesada
O planejamento do Deracre prevê, além das pequenas obras, a recuperação em todo o Estado de 300 km de ramais utilizados para escoamento de carga pesada. “Em alguns trechos estão sendo feitas todas as drenagens, tanto das entradas de unidades de produção, como nos pontos críticos, com reforço, sub-base e base, alargando o ramal para aguentar transporte pesado em qualquer estação”, explica Petrônio.
Pelas contas do engenheiro, o governo Gladson Cameli está investindo em torno de R$ 200 milhões em obras neste momento e gerando milhares de empregos. Além dos ramais estão em andamento a construção do anel viário de Brasiléia, a recuperação dos aeródromos municipais e, através de empresas terceirizadas, uma operação tapa buracos alcança todas as rodovias estaduais, as chamadas AC ( 10, 40, 90, 405 e 407).
Além disso, encontram-se em processo de licitação as obras de pavimentação da Estrada da Variante, uma antiga reivindicação de moradores da cidade e pequenos produtores rurais. Denominada AC 380, a Estrada da Variante é uma das duas vias de ligação da zona urbana de Xapuri à rodovia AC 317 e passa por importantes assentamentos de agricultores que esperam a obra para escoar suas produções.
Assim como no ano passado neste verão o Governo do Estado executa os trabalhos de recuperação de ramais em parceria com os municípios, com a diferença de que neste ano há o uso compartilhado de máquinas com as prefeituras. Petrônio faz questão de frisar que grande parte deste investimento é proveniente de emendas parlamentares dos senadores Marcio Bittar e Mailza Gomes e do deputado federal Alan Rick.