A Polícia Federal encaminhou na última quarta-feira, 27, um inquérito, com mais de 300 páginas, à Promotoria de Justiça de Tarauacá. Consta no documento indícios de crime de peculato praticados pelo ex-prefeito Rodrigo Damasceno, à época prefeito de Tarauacá, e mais três servidores da Prefeitura.
Em um prazo de 30 dias, o Ministério Público do Acre deve emitir parecer se aceita a denúncia ou pede o arquivamento. O processo corre em ‘segredo de justiça’, mas as informações vazadas a um site local demonstram como era feito o esquema. Pesa contra os quatro a suspeita de desvio de combustíveis por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
O então, promotor eleitoral, Luis Henrique Corrêa Rolim, requereu a instauração do inquérito por corrupção eleitoral, peculato, fraude processual.
Em seu depoimento à Polícia Federal, Rodrigo Damasceno disse que expediu documento ordenando que os dois postos que tinham contrato com o Município só liberassem o abastecimento dos veículos se na requisição constasse a assinatura dos três funcionários designados por ele. A medida, segundo Damasceno era, justamente, para evitar fraudes e desvios de combustíveis. O ex-prefeito disse, também, desconhecer doação de combustíveis aos moradores da comunidade do Rio Gregório.
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Valdir Celestino da Costa, não tinha como Rodrigo Damasceno não ter conhecimento do esquema fraudulento. “Em que pese o indiciado dizer em suas declarações que não tem conhecimento das doações de combustíveis aos participantes do comício, está afirmação não merece guarida. É muito confortável ao chefe do Executivo afirmar que não sabe de nada, que não viu nada, que não tomou conhecimento de nada”, disse o delegado.
Além do ex-prefeito, foram indiciados Edmilson Ramalho Mesquita, Maria Aparecida André Nunes e João Janicelio Marinho Fontineles, o Roque. Todos indiciados pelo desvio de 200 litros de combustíveis para fins eleitoreiros, conforme a peça enviada ao Ministério Público.