É grave a situação dos usuários da rede municipal de saúde, administrada pela Prefeitura de Rio Branco, muitos deles acamados e de baixa renda: as fraldas geriátricas estão em falta nos postos de saúde desde o mês de junho. Dessa forma, a saúde dos doentes fica ainda mais frágil.
Na lista dos pacientes sem assistência do material estão acamados, pessoas com problemas mentais, e ainda, idosos que não conseguem mais controlar as necessidades fisiológicas. A maioria dos usuários pertence a famílias pobres que não têm condições de pagar, por cada pacote de fralda, uma média de R$ 70,00.
Ana Maria Fernandes é filha de uma das idosas que recebiam as fraldas. Ela alega que a situação da mãe, que tem 95 anos, é dramática, e reclama que após ter buscado o Ministério Público, nem lá conseguiu resolver o problema. “O que me disseram na URAP Eduardo Assmar foi que não tem fralda e que eu precisaria comprar”, alega.
Outra pessoa prejudicada com a falta de fraldas foi o idoso Antônio Sérgio, de 83 anos, que vive no bairro Placas. Os filhos estão buscando fraldas desde maio, mas voltam do posto de saúde sem o produto. “A gente precisava da frauda tamanho GG, mas deram uma M, e a gente ficava colocando junto com outra. Só durou duas semanas, e desde então não entregaram mais. Todas as vezes que eu ligo, só dizem que vão comprar, mas que não tem previsão”, revela Paulo Andrade, que é professor.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), informou, por meio de nota, que “já concluiu a licitação das fraldas geriátricas e que nesse momento [o processo] está em fase de homologação”, além isso, esclarece a nota, “os pacientes que têm recomendação médica e entraram com pedido, serão atendidos de forma emergencial”, diz.
Edvaldo Cavalheiro, que retira as fraldas para a mãe de 82 anos, alega que foi orientado a comprar o material e a não esperar pela licitação da Semsa, porque a Comissão de Licitação estaria com “tudo parado há meses”. Isso é vergonhoso. Um descaso, uma falta de dignidade para as pessoas”, reclamou.
Sobre isso, a Semsa negou que esteja orientando as pessoas a fazer as compras. “A SEMSA esclarece também que não é verdade que esteja recomendando a pacientes a compra desse material, porque não é essa a função do poder público”, pontuou a secretaria, que está sob nova direção desde o início do mês.