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Profissionais do Hospital Santa Juliana usam máscaras para poeira durante procedimentos

Profissionais do Hospital Santa Juliana usam máscaras para poeira durante procedimentos

Um grupo de profissionais que atuam no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco, está revoltado com as mascaras que receberam essa semana para a realização de procedimentos cirúrgicos e nas enfermarias do hospital particular. O material foi produzido para conter poeira e não é eficaz para o novo coronavírus.

Segundo um dos médicos que receberam a máscara, o material deixa os profissionais em risco iminente, inclusive com a contaminação pelo novo coronavírus. “Me diga o que eu vou fazer com uma máscara para poeira dentro do centro cirúrgico. Simplesmente é um absurdo”, reclama.

Uma enfermeira que trabalha no hospital confirma a denúncia, e alega que após questionar o setor responsável, foi informada que “só tinha essa máscara, e a ordem era usar”. A enfermeira disse que após isso, teve receio de continuar a questionar, uma vez que poderia ser advertida pela Direção do Santa Juliana.

“Eu fiquei com medo de ser chamada pela Direção, porque ali tudo é assim, ninguém tem direitos, só deveres a cumprir. Mas eu confesso que essa máscara me deixou com medo, porque como está tendo transmissão comunitária, a gente não sabe quem chega, imagina quando operam alguém, que abre”, diz a enfermeira.

Em nota, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho do Hospital Santa Juliana confirmou que está distribuindo a máscara do tipo PFF1-S, mas que não há problema em utilizá-la, principalmente quando o paciente não oferece risco relacionado ao coronavírus.

“As máscaras são distribuídas de forma racional de acordo com a necessidade, devido a escassez de EPIs no mercado nacional e mundial. As máscaras PFF1 estão sendo usadas como máscara cirúrgica em alguns casos que não exijam obrigatoriedade no uso de PFF2 e N95 [materiais recomendados para uso em caso suspeito da Covid-19]”, justifica o hospital.

Um técnico de enfermagem que atua nas enfermarias do hospital também foi crítica quanto ao uso dessas máscaras. “Um colega nosso foi contaminado aqui dentro, e ninguém sabe como isso acontecer. Agora ele está afastado, mas imagine como a gente ficou aqui: todos com muito medo. Nem a máscara que nos dão serve”, pontua.