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Restaurante Tardezinha é fechado pela Vigilância Sanitária e proprietário desabafa: "Fechamento seletivo"

Restaurante Tardezinha é fechado pela Vigilância Sanitária e proprietário desabafa: "Fechamento seletivo"

O restaurante Tardezinha Grill & Fishes, na avenida Getúlio Vargas, foi interditado pela Vigilância Sanitária na noite de ontem durante serviço de fiscalização por descumprir a norma de quantidade de pessoas por mesa.

Conforme a regra estabelecida pelo Comitê Acre sem Covid e publicada em decreto cada mesa deve ter no máximo duas pessoas.

Em sua página no Facebook, o empresário Netto Brito, proprietário do Tardezinha, mostrou total indignação e disse que o serviço de fiscalização é seletivo, pois não age, por exemplo, para proibir festinhas que acontecem em diversos lugares da cidade.

"O que vemos, desde no início, é o fechamento seletivo dos estabelecimentos, com maior rigor de fiscalização em determinados locais. Por exemplo, a loja de material de construção era essencial à vida? Ela permaneceu fechada alguma vez?"

"A indignação, também, se respalda no simples fato de não existir nenhuma evidência técnica, nenhum estudo, que consolide que uma mesa com mais de duas pessoas seja foco de contaminação. A impressão que fica é de que somos bode expiatório, sendo o fechamento uma forma de mostrar alguma medida de combate ao vírus, mesmo que sem a sua efetividade comprovada, enquanto que as verdadeiras medidas de prevenção jamais foram tomadas. É de conhecimento público e notório que as aglomerações e festinhas privadas jamais deixaram de acontecer e nunca foram objeto de qualquer trabalho de fiscalização e repressão", desabou em um longo texto escrito em sua página no Facebook.

 

Leia o relato na íntegra:
(Esse texto foi escrito por Neto Britto, proprietário do Tardezinha)

Desde os primeiros casos de COVID19, em Rio Branco, nos preocupamos em saber mais sobre como ajudar na prevenção. Unir forças ao poder público, para contribuir no combate ao vírus.

Ontem, sábado (05/09), recebemos uma equipe de fiscalização sanitária em nosso estabelecimento, acompanhado de uma equipe da PM e, pasmem, até fotografo tinha. Mas quem somos nós para parametrizar uma equipe que representa um renomado órgão de fiscalização sanitária. Mas ficamos nos questionando o que advinha com todo aquele cenário midiático?

Infelizmente, nossa casa, foi fechada pela equipe de fiscalização, sobre o argumento raso de que ‘têm mesas com mais de duas pessoas’. Mesmo que, naquele momento, trabalhávamos conscientes de todas as diretrizes e normas. Faltou sensibilidade da fiscalização. Pois, argumentamos na hora do anuncio, que tivemos em diálogo com os representantes dos órgãos sanitários e demais órgãos de fiscalização, sobre a inviabilidade de algumas normas, que engessam as ações de quem busca trabalhar de forma correta nesta pandemia. Uma dessas normas era a permanência de somente duas pessoas por mesas, que era consenso dentre os órgãos que essa norma NÃO EXISTIRA mais nos Decretos. Pois era algo sem sentido. Por exemplo, como um estabelecimento receberia um aniversário com quatro integrantes de uma família ou amigos, com duas pessoas em cada mesa, essas com distanciamento de dois metros? Dentre outros questionamentos levantados.

Hoje, nos recusamos a ficar de luto pelo fechamento de nossa casa, que vem seguindo as determinações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde com uso obrigatório de máscaras! Controle de entrada! Distanciamento social das mesas! Disponibilização de álcool em gel em todas as mesas! Higienização constante dos ambientes e controle de temperatura, dentre várias outras ações, para garantir a segurança dos colaboradores e clientes.

A indignação, também, se respalda no simples fato de não existir nenhuma evidência técnica, nenhum estudo, que consolide que uma mesa com mais de duas pessoas seja foco de contaminação. A impressão que fica é de que somos bode expiatório, sendo o fechamento uma forma de mostrar alguma medida de combate ao vírus, mesmo que sem a sua efetividade comprovada, enquanto que as verdadeiras medidas de prevenção jamais foram tomadas, como por exemplo, a testagem e triagem em massa, FISCALIZAÇÃO OSTENSIVA de aglomerações e descumprimento de medidas sanitárias...etc.

Jamais fomos o problema nessa história, muito pelo contrário, é de conhecimento público e notório que as aglomerações e festinhas privadas jamais deixaram de acontecer e nunca foram objeto de qualquer trabalho de fiscalização e repressão, sempre com a justificativa da falta de pessoal e de estrutura para atender a todas as denúncias, mesmo com todos os recursos recebido do Governo Federal.

Não cabe a nós pagar o preço da falta de ação de uma fiscalização adequada para todas as aglomerações, essas estão nos jogos de quadra e campo, nas confraternizações em chácaras particulares, locais que em momento algum sofreram fiscalização por estarem descumprindo normas sanitárias. O que vemos, desde no início, é o fechamento seletivo dos estabelecimentos, com maior rigor de fiscalização em determinados locais. Por exemplo, a loja de material de construção era essencial à vida? Ela permaneceu fechada alguma vez?

A adequação da nossa casa foi feita com altos investimentos para que a saúde de colaboradores e clientes fossem resguardadas. As normas, Leis e Decretos sempre foram cumpridos, mas a conta chega justamente para quem fez o dever de casa. A conta chega para quem lutou e agiu além do que previa a Lei, para manter as portas abertas e os empregos dos colaboradores garantidos: NÃO PODEMOS FICAR SEM TRABALHAR!

Não é fácil ser Tardezinha! Estamos na média nacional dos 30% das empresas que mantiveram estáveis as atividades. Porque de cada dez empresas do Brasil, quatro fecharam as portas, destas 522 mil em decorrência da pandemia, são dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São muitas famílias desempregadas e sem perspectivas. Nós estamos fazendo a nossa parte!

Nós estamos sim, comprometidos com a saúde e com as vidas, mas queremos manter o compromisso de gerar emprego e renda, os quais, ao contrário do que vem sendo falsamente divulgado, são indissociáveis da saúde. Sem trabalhar estaremos de luto e amargando o dessabor de fazer a nossa parte, aliás, bem mais do que apenas nossa parte e, ainda assim sermos novamente prejudicados por ações seletivas de fiscalização. Não somos o vilão da transmissão da COVID19.

Estaremos sempre aqui, firmes e atentos as normas! Buscando diálogo sem seletividade! Para em um senso comum, levar o melhor para a população do nosso Estado, tão sofrida com poucas opções. Temos orgulho de sermos genuinamente acreanos e trabalhamos muito para oferecer o melhor.