Ao todo, o Butantan espera ter 46 milhões de doses da CoronaVac prontas ainda na primeira quinzena de janeiro e, tendo o registro aprovado pela Anvisa, pretende distribuir a vacina com ou sem o apoio do Ministério da Saúde no começo de 2021.
O governo São Paulo anunciou nesta quinta (3) que deve começar a vacinação contra Covid em janeiro.
A esperança vai chegando em doses. Com a matéria-prima que desembarcou nesta quinta (3) em São Paulo, será possível processar um milhão delas. Os 600 litros de insumos da CoronaVac chegaram da China resfriados entre dois e oito graus em três bolsas de 200 litros cada uma. Tudo ficará guardado até passar por análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.
Na fábrica do Instituto Butantan, 40 funcionários estão a postos para processar esse primeiro lote de um milhão de doses entre quatro e sete dias; 120 mil doses prontas e nas seringas já estão guardadas desde o dia 19 de novembro, quando chegaram da China.
Os lotes de vacinas e de matéria-prima vão chegar aos poucos, mas o governo de São Paulo fala em não perder tempo. Ao todo, o Butantan espera ter 46 milhões de doses da CoronaVac prontas ainda na primeira quinzena de janeiro e, tendo o registro aprovado pela Anvisa, pretende a vacinar a população do estado em janeiro.
"Vamos apresentar na segunda feira o Programa Estadual de Imunização. Se o governo federal incluir São Paulo nós seguiremos o Programa Nacional de Imunização. Mas se não o fizer, São Paulo começa a vacinar em janeiro a totalidade da população de São Paulo, com os recursos do governo do estado de São Paulo", afirmou o governador João Doria.
O diretor do Butantan voltou a afirmar que o fim da fase de testes está próximo e que deve pedir a Anvisa o registro definitivo da CoronaVac e não o de uso emergencial.
“Teremos até o dia 15, a apresentação de eficácia do estudo clínico que o Butantan patrocina para essa vacina, em 600 brasileiros”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Cristiana Toscano, médica infectologista que participa da Câmara Técnica do Programa Nacional de Imunizações, da Fiocruz e do Comitê da OMS, diz que o Brasil vai precisar de recursos para que as vacinas cheguem aos municípios, e a CoronaVac, assim como a da Oxford, por enquanto, são as mais fortes candidatas.
“De fato, existiu o investimento, existiu uma aposta nessas duas vacinas e são possíveis vacinas que a gente acredita que, confirmados os dados de eficácia e segurança, e aprovados pelo processo regulatório, são vacinas que devem ser utilizadas no país. Em uma emergência, em uma pandemia como a que estamos vivendo, todas as vacinas que sejam eficazes, sejam seguras e sejam acessíveis e disponíveis têm que ser consideradas e têm que se investir nelas”, explicou.
Vacina para que ninguém mais passe pelo que Sergio está enfrentado. Ele pegou Covid em maio, foi intubado e já está na segunda internação no Centro de Reabilitação Lucy Montoro tratando sequelas da doença.
“Eu fiquei sem movimento nos braços e nas pernas. Aí eu não conseguia levantar nem um copo d'água nos braços. Aí estou fazendo fortalecimento agora para voltar ao normal. Isso é coisa que não desejo a ninguém”, disse.