A servidora pública Noeli Jucundo Andrade, que trabalha no Pronto Socorro de Rio Branco, teria feito um comentário polêmico sobre o caso da menina de 10 anos que engravidou do tio e precisou fazer um aborto autorizado pela justiça do Espírito Santo. A criança era estuprada desde os seis anos por um tio. O avô e um outro tio também são investigados.
O suposto perfil de Noeli, ao comentar sobre o caso, disse que a criança gostava de ser abusada sexualmente pelo tio, e pontuou que a menina, que apenas depois de grávida contou à mãe sobre os estupros, sentia prazer ao ser tocada pelo próprio tio. O caso repercutiu nacionalmente na imprensa e as declarações que seriam de Noeli Andrade geraram também polêmica porque ela trabalha numa unidade pública de saúde.
“Não é julgamento, é opinião própria. Em quatro anos ela gostou, porque se calou, tanto a inocentinha que tanto vocês falam, e a família dela, por que só vieram abrir a boca quando ela engravidou, foi tão estupro que ela gozou durante 4 anos, só parou de gozar para assassinar um inocente que ela mesma gerou”, disse o perfil que seria da servidora pública.
O comentário vai além e classifica que a criança poderia mesmo ter sido protegida pelo tio, mas que isso não diminui o fato de que a criança tirou a vida de um bebê que estava sendo gerado. “Virem falar que foi um estupro é um pouco demais. A vida pertence a Deus, não a juiz nenhum nessa terra de reparação. Vocês falam e esquecem que mataram um inocente”, diz o comentário.
Imediatamente a internet reagiu ao comentário do perfil ligado a Noeli Jucundo Andrade. Internautas rechaçaram as declarações postadas. “Tem que enviar para a direção do hospital e, se atende pelo SUS, para a secretaria de saúde da cidade também”, disse uma internauta ao sugerir punição à servidora pública estadual. Outra mulher escreveu: “Essa mulher é um lixo, queria ver se fosse com alguém da família dela, se ia pensar dessa maneira.”
Nas redes sociais, o nome Noeli Jucundo Andrade tem mais de seis perfis públicos. Apenas no facebook, pelo menos quatro páginas tem o nome e fotografia da mesma mulher. Em todos eles, a informação de que a pessoa trabalha no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Há ainda imagens de Noeli e colegas de trabalho, e da mulher com a filha grávida no ano de 2018.
CASO SEMLEHANTE - Uma professora de uma escola em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, foi demitida depois de criticar o aborto legal feito por uma menina de 10 anos. A garota engravidou após ser estuprada pelo tio em São Mateus (ES). Em comentários no Facebook, ela minimizou a violência sofrida pela criança.
A professora questionou por que a criança nunca tinha contado dos abusos e insinuou que a menina era paga para ter relações sexuais. A garota começou a sofrer os estupros aos seis anos de idade. Com a repercussão dos comentários, a professora foi demitida pela Secretaria Estadual de Educação.
"Agora tirar a vida de um inocente é triste demais. Criança se defende chorando para mãe, está menina nunca chorou por quê? Não foi nenhuma violência. Ela já tinha vida sexual há 4 anos com esse homem. Deve ter sido bem paga", escreveu a professora na rede social.