O Dia de Lutas em defesa dos serviços públicos e contra a Reforma Administrativa do governo Bolsonaro/Guedes reuniu representantes de vários sindicatos, de entidades de classe e de movimentos sociais no Centro de Rio Branco, próximo ao Terminal Urbano, na manhã desta terça-feira.
A mobilização aconteceu em todo país, puxada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) como forma de contrapor as políticas de privatização e desmonte dos serviços públicos do governo Bolsonaro como estratégias de mobilização unificadas para os servidores públicos a nível federal, estadual e municipal.
A “legalização da rachadinha”, que é a PEC 32/2020, que altera disposições sobre servidores, empregados públicos e organização administrativa é a pauta que será massificada no dia 3 em vários atos online, para chamar a atenção dos parlamentares para a não aprovação dessa Emenda Constitucional, principalmente dos deputados da bancada acreana.
O presidente da Associação dos Docentes e das Docentes da Universidade Federal do Acre, Miguel Xavier, destacou a importância da mobilização neste momento de ataque aos servidores públicos. "Precisamos nos unir contra todas essas ações nocivas, que retiram todos os direitos conquistados pelos servidores públicos ao longo de todos esses anos, além de precarizar e privatizar os serviços essenciais prestados à população”, diz Xavier.
A presidente do Sindicato dos Correios, Susy Cristine, deu como exemplo o que aconteceu recentemente com os trabalhadores dos Correios, que além de perderem na Justiça o direito à greve, tiveram retiradas 50 cláusulas de direitos conquistados em acordos coletivos, além de descontos dos dias de greve e perseguições. “A Reforma Administrativa vai homologar a indicação política para o serviço público, tornando os servidores submissos e reféns de quem estiver no poder”, lamenta Suzy.
O presidente da CUT, Edmar Batistela, também fez críticas ao apoio que os parlamentares do Acre às ações destrutivas do governo federal. “Os deputados federais do Acre vão contribuir para a extinção do serviço público. Quem perde com isso é a população que não terá a quem recorrer quando necessitar de um serviço público, gratuito e de qualidade”, explica Batistela.
A representante do Sinasefe, Alcilene Alves, reafirma que toda a sociedade será penalizada com a aprovação da Reforma Administrativa. “Já temos muitos cortes de verbas e de bolsas no Ifac e precisamos lutar pela valorização do servidor público, que alcança seu lugar por meio dos estudos, por meio dos concursos. A aprovação da PEC 32 significa o fim dos concursos públicos e a legalização da rachadinha”.
Eudo Rafael e Marcelo Jucá, dos sindicatos dos Bancários e dos Urbanitários, respectivamente, também destacaram a importância da mobilização contra a PEC 32.
“Com a aprovação da PEC os servidores perderão a independência e serão manipulados da mesma forma que os terceirizados. Sabemos que tudo isso é o desfecho de mais um golpe”, comenta Eudo.
“Não podemos permitir que esse governo destrua todos os nossos direitos trabalhistas e acabe com o serviço público. Tivemos aqui no Acre o exemplo da Eletroacre, que depois de privatizada vem sacrificando a população com contas absurdas e ninguém pode fazer nada. Vejam os Correios, que perderam direitos conquistados e agora é o próximo alvo da privatização”, diz Marcelo Jucá.
Representantes da Juventude Socialista, do MUP, do PCO, do PSTU,da Unidade Classista e do Comitê de Lutas também mostraram suas indignações durante a manifestação.