O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) enviará as escalas do Hospital da Criança (HC), no Into, para que o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina (CRM) avaliem a suposta ilegalidade cometida pela gestão da unidade, que incluiu um profissional médico em dois lugares ao mesmo tempo. A situação coloca em risco a vida das crianças internadas, pois há apenas um médico disponível durante o período da tarde.
Há meses, os sindicalistas vêm recebendo denúncias sobre a falta de plantonistas na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do HC, e, em todas as visitas, o problema foi confirmado. Para obrigar a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) a cumprir o que preconiza a legislação, o sindicato realizou denúncias, o que resultou em medidas paliativas por parte da gestão, mas que não atenderam à necessidade de pediatras.
Segundo a diretora do Sindmed-AC, Luiza Zamith, a situação é grave, pois, os dez leitos intensivos acabam sob a responsabilidade de um único médico, que atende a enfermaria, que possui 60 leitos.
“Em caso de uma urgência, o plantonista da enfermaria é obrigado a deixar desassistidos os 60 pacientes e percorrer uma longa distância até a UCI para cuidar das crianças em estado mais grave. Essa situação representa grande risco de morte, pois minutos preciosos são perdidos nesse deslocamento. É fundamental que haja um pediatra de plantão para agir de forma imediata”, protestou Luiza Zamith.
A suposta ilegalidade foi detectada na visita de sexta-feira, 25, quando, pela primeira vez, a escala da unidade foi encontrada exposta por completo ao público. No dia 17, os diretores constataram, mais uma vez, a ausência do documento, que deveria estar afixado no mural.
Para a diretora do sindicato, Suelen Carlos, a situação vem se agravando devido ao aumento de casos de síndromes gripais e bronquiolites.
“Encontramos irregularidades em um serviço que precisa de reforço, mas parece que a Sesacre ignora a urgência”, protestou a sindicalista.
Greve
O Sindmed-AC está convocando todos os médicos para uma assembleia geral extraordinária (AGE), na qual os problemas de todas as unidades serão debatidos, além das outras demandas da categoria. O encontro pode resultar em greve caso não sejam implementadas melhorias.