Segundo eles, faltam copos descartáveis, sabão, álcool em gel e o número de máscaras doadas aos trabalhadores é limitado, apenas 2 por servidores para atuarem durante toda a semana.
O Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), sob o comando do engenheiro Tião Fonseca, tem se tornado um festival de denúncias. Mais uma para a coleção vem de Cruzeiro do Sul. Trabalhadores da autarquia denunciam que muitos estão atuando acometidos pela Covid-19 e outros com sintomas.
Em contato com o Notícias da Hora, eles afirmam que o regime de trabalho na pandemia tem sido estressante, aliada à falta de equipamentos de proteção individual, os tão falados EPIs. De acordo com a denúncia, apenas duas máscaras foram concedidas a cada servidor que trabalha no sistema, o que é insuficiente segundo eles para trabalhar a semana inteira em expediente normal.
Mas, o que é mais grave na denúncia, é o descaso da gestão do Depasa. Os servidores alegam que além da pouca quantidade de máscara disponibilizada, não há sequer sabão em barra para lavar as mãos. Álcool em gel é um sonho. Os servidores nem sabe o que isso.
Ao serem questionados sobre o uso de bebedouros, o caso é mais grave: os trabalhadores dividem o mesmo copo, prática reprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em tempos de Covid-19.
Ou seja, se nada for feito, o sistema de abastecimento em Cruzeiro do Sul pode sofrer um colapso, com tantos servidores doentes pelo novo coronavírus, o que pode comprometer a qualidade da água que chega ao consumidor final.
O outro lado
Em resposta, o Depasa negou as denúncias feitas pelos trabalhadores quanto à falta de EPIs suficientes, materiais de uso pessoal, como copos descartáveis, além de forçar trabalhadores a atuarem mesmo acometidos pela Covid-19. Nesta quinta-feira, 25, a autarquia expediu uma nota. Veja o documento na íntegra.
“Sobre denúncia de servidores trabalhando doentes e falta de materiais na unidade de Cruzeiro do Sul, o Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) esclarece que em cumprimento ao decreto governamental que estabelece medidas de enfrentamento ao coronavírus, desde o dia 20 de março, quando haviam sido registrados os três primeiros casos de Covid-19 no Acre, o atendimento presencial nas unidades do Depasa foi suspenso e os servidores com idade acima de 60 anos ou que integram grupos de risco foram dispensados de ir ao local de trabalho. Os serviços essenciais continuam mantidos com equipes que trabalham em regime de revezamento e plantão.
Caso identificado com sintomas, o servidor é orientado a ficar em casa, momento em que passa ser acompanhado pelas equipes da Divisão de Segurança do Trabalho e Assistentes Sociais do Depasa. Se os sintomas persistirem, após três dias de monitoramento, o serviço de assistência social aciona os órgãos de saúde para que seja realizado o teste que identifica a infecção pelo coronavírus e encaminhar tratamento, se for o caso.
Em Cruzeiro do Sul, alguns trabalhadores apresentaram sintomas e foram afastados de suas atividades laborais. Até o momento nenhum servidor daquela unidade testou positivo para Covid-19.
Outro cuidado adotado foi a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), novo fardamento, álcool para manutenção dos cuidados com a higiene nas unidades de trabalho, desinfecção dos espaços físicos do órgão e distribuição de máscaras para proteção dos servidores. Até o momento, 2.190 máscaras já foram distribuídas aos trabalhadores do Depasa da capital e interior.
Ainda esta semana, a equipe da Divisão de Segurança do Trabalho estará em Cruzeiro do Sul para entregar nova remessa de uniformes, chapéus, máscaras e álcool”.