Balsas do Abunã operam com auxílio de escavadeira para não interromper transportes de cargas e alimentos para o Acre. Plano de Contingenciamento das Hidrelétricas com a depreciação das comportas pode inundar mais regiões em Porto Velho.
As balsas que operam no rio Madeira no Distrito do Abunã, em Rondônia, estão sendo auxiliadas por serviços de escavadeiras para não interromper o transporte de cargas e alimentos para o estado do Acre. Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros do Acre, Cel. Velasquez, o nível do manancial não apresenta condições para o aporte de veículos com maior segurança.
“O nível atual do rio não permite fazer o aporte mais à frente, onde seria mais seguro. Nos últimos dias não está sendo possível outra logística por parte da empresa navegadora” disse o coronel.
Nesta quinta-feira (7) o transporte de veículos acontece de forma lenta. Para não impedir que carretas com alimentos e cargas deixem de entrar na balsa, uma escavadeira entra em ação entre um aporte e outro de veículos. Até os caminhões tanque, com combustível, enfrentam dificuldades.
De acordo o Centro de Pesquisa e Estudos Meteorológicos – CEPDEC-AC, do Instituto Nacional de Pesquisas, o rio continua subindo. Entre a quarta de cinzas e a manhã de hoje a elevação foi de 0,5 centímetros. O nível medido após o meio dia registrou 22,82. O rio está 82 centímetros acima da cota de alerta.
Trecho onde elevação da BR 364 não concluído preocupa autoridades da Defesa Civil
O problema apontado pelas autoridades da Defesa Civil é a enchente que atinge a região de Porto Velho. Se no trecho da BR 364 que ainda não foi elevado, a partir da estaca 295, o manancial fique a 30 centímetros de atingir a rodovia, o Plano de Contingenciamento das Hidrelétricas é colocado em prática com a depreciação das comportas.
“Isso resolveria em tese o problema de inundação da rodovia, mas provocaria maior volume das águas que já desabrigam famílias em Porto Velho. Atualmente existe uma folga de 73 centímetros para que as águas atinjam a BR nessa região” explicou o Tenente Coronel James do Corpo de Bombeiros do Estado do Acre.
A maior alagação já registrada em Rondônia foi de 25,44 metros em abril de 2014. A elevação gradual do nível dos rios produziu consequências importantes na dinâmica socioespacial da região, seja no meio urbano ou rural. Em Rondônia, mais de 6 mil famílias foram diretamente atingidas em 10 municípios, o que equivale a aproximadamente 30 mil pessoas. Estima-se que 97 mil pessoas tenham sido afetadas de alguma forma pelo desastre de 2014 em todo o estado, segundo a Defesa Civil. O Estado do Acre ficou isolado do restante do país.