O médico urologista Fernando de Assis, um dos mais conceituados do Acre, usou as redes sociais nesta quarta-feira (13/8) para alertar sobre os riscos do uso indiscriminado de anabolizantes de testosterona. Ele destacou que a aplicação da testosterona aumenta os níveis de agressividade. Assis apontou que há estudos recentes neste sentido.
“A gente tem visto alguns colegas, infelizmente, tratando isso como uma forma normal, como se fosse uma coisa normal, o uso do esteróide anabolizante. Bom, o uso do esteroide anabolizante, ele é muito benéfico para as pessoas que têm déficit de testosterona, tá? O déficit de testosterona acontece nos homens, principalmente depois dos 65 anos, não são todos, por deficiência androgênica de um envelhecimento masculino. Mulher nenhuma precisa de esteroide anabolizante de hormônio masculino durante toda a sua vida. Isso tem sido meio que banalizado, normalizado, né, então a gente tem uns estudos recentes mostrando que o nível de agressividade aumenta muito com o uso desses esteroides”, disse Fernando de Assis.
Em outro trecho do vídeo, o médico diz que casos de agressividade registrados recentemente no Brasil, como o que aconteceu em julho deste ano em que o ex-jogador de basquete, Igor Eduardo Cabral, agrediu a socos a namorada dentro de um elevador, em Natal, no Rio Grande do Norte.
“Recentemente, a gente tem visto aí esses fortões batendo em mulheres no elevador, né. O outro matou até um gari, recentemente, em São Paulo, e a gente vê que são, claramente, pessoas que, possivelmente, fizeram uso de esteroides anabolizantes. Esses esteroides, eles alteram a função cerebral, o cérebro, ele é rico, muito rico em receptores de esteroides, e eles alteram a função cognitiva. Então, deixam a pessoa mais ansiosa, mais depressiva, mais agressiva. O nível de agressividade pode subir até 70%, a ansiedade 40%, 50%. A depressão, a porcentagem praticamente a mesma, de 50% a 70% de relato de depressão com o uso de esteroides anabolizantes. Então, eles, geralmente, levam nas fases iniciais à euforia, mas depois, eles podem causar grande mal ao cérebro. Existem estudos mostrando até que o cérebro pode hipotrofiar, ok?”, afirma o médico, que é professor doutor do Curso de Medicina da Universidade Federal do Acre.