Diante do agravamento dos casos de dengue no Brasil, o laboratório japonês Takeda anunciou que priorizará o Ministério da Saúde (MS) na distribuição da vacina Qdenga. A medida impede estados e municípios de firmar novos contratos descentralizados, restringindo a vacinação na rede privada.
Nas clínicas, o fabricante garantirá o suprimento necessário para que aqueles que tomaram a primeira dose na rede privada completem seu esquema vacinal. A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) reportou aumento significativo na procura, destacando a importância do setor privado como complemento ao Programa Nacional de Imunizações.
A Qdenga, aprovada pela Anvisa em março de 2023, teve sua comercialização iniciada em julho na rede privada. Recomendada para pessoas de 4 a 60 anos, a vacina exige duas doses com intervalo de 90 dias, podendo ser administrada mesmo por aqueles que já tiveram dengue.
O laboratório Takeda assegurou a entrega de 6,6 milhões de doses em 2024 e mais 9 milhões em 2025, com planos de atingir 100 milhões de doses anuais até 2030. Paralelamente, busca soluções para aumentar a disponibilidade no país.
Na rede pública, o Ministério da Saúde definirá ainda esta semana o calendário de vacinação, priorizando inicialmente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Cerca de 3,2 milhões de pessoas em 521 municípios de 16 estados, incluindo o Acre e o Distrito Federal, devem ser imunizadas neste ano.