De acordo com o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, as motocicletas são maioria no Acre. A fala dele foi proferida durante a abertura da Conferência Nacional de Segurança no Trânsito, que aconteceu em Brasília. A frota acreana é formada por 53% de motocicletas. Além do Acre, outros estados estão na mesma condição. São eles: Piauí (55%), Pará (54%), Maranhão (60%), Rondônia (51%) e Ceará (50%).
Ele disse ainda que a maioria dos acidentes envolvendo motocicletas acontece em cidades de médio porte, como é o caso de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, que cresceram rapidamente sem investimentos adequados em transporte público.
“Não podemos tratar essa questão como uma simples escolha individual. As pessoas optam por motocicletas porque não lhes foi oferecida uma alternativa segura. Não existe solução mágica para esse problema, mas se houvesse, seria um transporte público de qualidade”, disse Catão.
De acordo com reportagem publicada hoje (16/8) pela Agência Brasil, a frota de motocicletas do país está crescendo. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o número de veículos motorizados de duas rodas aumentou 42% entre 2015 e 2024, atingindo 35 milhões de unidades no país.
No ano passado, as vendas de motocicletas cresceram 18,6%, atingindo o maior nível desde 2011. Até 2025, a previsão é de um aumento de 7,7%, ultrapassando 2 milhões de emplacamentos anuais. Considerando apenas motocicletas, havia 29 milhões delas em circulação no país em junho de 2025, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Cinco anos antes, em 2020, a frota era de 23,4 milhões, indicando um aumento de quase 6 milhões de motocicletas nas ruas brasileiras nesse período.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que entre 70% e 75% das UTIs adultas dos prontos-socorros de hospitais gerais estão ocupadas, em média, por vítimas de acidentes de trânsito, a maioria delas com motocicletas.
"Não há hospital que resista a essa verdadeira epidemia de acidentes de moto se não agirmos", afirmou ele durante cerimônia em 1º de agosto, quando anunciou o financiamento para triplicar as cirurgias ortopédicas no Rio de Janeiro.