A cidade chinesa de Wuhan, berço da pandemia de coronavírus, informou nesta sexta-feira, 13, que detectou rastros do vírus em três amostras de embalagens de carne bovina procedente do Brasil. Depois da descoberta, o lote de 27 toneladas foi isolado e a área de armazenamento foi desinfectada.
A carne, que veio do Porto de Santos, estava congelada desde que chegou à China em agosto. Segundo a Comissão Municipal de Saúde da cidade chinesa, o produto “não havia entrado no mercado”, armazenado primeiro na cidade de Qingdao e depois em Wuhan.
Em comunicado, a comissão informou que “adotou rapidamente medidas de emergência que incluem o armazenamento lacrado de mercadorias, o isolamento dos funcionários e a desinfecção do local”. Todos os 112 funcionários do depósito que foram testados apresentaram resultados negativos.
Wuhan, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez em dezembro do ano passado, pediu a seus habitantes que “não comprem alimentos importados congelados pela Internet e examinem com cuidado os relatórios de testes de ácido nucleico dos produtos antes de comprá-los”. A cidade também emitiu um aviso sobre o “reforço adicional” de testagem de alimentos importados.
Desta vez, a comissão de saúde não citou medidas contra o exportador brasileiro, que não foi identificado. Anteriormente, a China já havia implementado proibições temporárias das importações de vários fornecedores mediante detecção do coronavírus.
Em outubro, a autoridade alfandegária suspendeu a importação de carne da brasileira Minerva SA durante uma semana. Dois meses antes, a cidade de Shenzhen, próxima a Hong Kong, anunciou que as autoridades sanitárias detectaram o vírus em amostras retiradas de asas de frango congeladas procedentes do Brasil, o maior produtor mundial de carne de frango.
No mesmo mês, uma exportadora de camarões do Equador foi banida depois que embalagens com traços do novo coronavírus foram encontradas em um congelador de um restaurante. Todas as exportações proibidas, contudo, já foram autorizadas novamente.
No início de novembro, a China anunciou que vai passar a suspender por uma semana as importações de exportadoras cujos produtos registrarem rastros de coronavírus três vezes. Caso a empresa ultrapasse o limite de três vezes, será banida por um mês.
(Com AFP e EFE)