O advogado Eric Venâncio, que defende o promotor Tales Tranin, concedeu uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12) para esclarecer supostas fake news que circularam na mídia envolvendo seu cliente. Tranin está sendo investigado em um processo administrativo no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por envolvimento em contatos de natureza sexual com pessoas monitoradas, mas o advogado afirma que informações distorcidas e vazadas ilegalmente estão comprometendo a reputação do promotor.
Venâncio foi enfático ao afirmar que o caso está cercado de distorções: "Estamos lidando com um volume surreal de informações que foram vazadas, algumas com procedência, mas muitas absolutamente desconectadas da realidade. O problema surge quando essas informações ultrapassam os fatos e atingem a imagem do meu cliente", explicou.
A investigação, que deveria ocorrer sob sigilo, já conta com quatro decretos de sigilo desde o início do processo, segundo Venâncio. O advogado classificou o vazamento das informações como criminoso e disse que a exposição pública tem causado danos irreparáveis à vida pessoal e profissional de Tranin.
Durante a coletiva, Venâncio abordou três principais distorções que foram publicadas na imprensa:
Relações sexuais durante inspeções prisionais, o advogado refutou as acusações de que Tranin teria mantido relações sexuais durante inspeções em unidades prisionais. "Isso é absolutamente falso e sequer foi cogitado no procedimento administrativo. As inspeções são conduzidas com escolta de policiais e assessores, o que torna essa acusação absurda", afirmou.
Venâncio explicou que todos os processos de execução das pessoas com quem o promotor teve contato fora do presídio foram realizados de maneira técnica e dentro da legalidade. "Tales Tranin anexou todos os processos em que atuou para demonstrar que seguiu rigorosamente os procedimentos legais", completou.
O terceiro ponto abordado foi a alegação de que o veículo de Tranin teria sido envolvido em uma tentativa de roubo. Venâncio explicou que o promotor apenas buscou uma pessoa em um ponto de encontro combinado e que um mal-entendido com outro cidadão, que teve seu celular solicitado, deu origem à confusão. "A polícia foi acionada por uma questão de suspeita, mas isso nunca foi uma tentativa de roubo", esclareceu.
Para o advogado de defesa, a situação enfrentada por Tranin é reflexo de preconceito em relação à sua orientação sexual e opções íntimas. Ele destacou que, embora Tranin tenha admitido ter mantido contatos de natureza sexual em sua residência, todos os encontros ocorreram fora do ambiente profissional e não envolvem qualquer conduta criminosa.
"Tales nunca negou as ações que cometeu, mas não pode aceitar que lhe atribuam crimes que ele não cometeu. O que está acontecendo é um ataque deliberado à sua reputação, que foi destruída com essas acusações. Agora, o que resta é buscar a verdade, seja no processo administrativo ou na investigação criminal", afirmou Venâncio.
No final da coletiva, Tales Tranin leu uma mensagem de apoio enviada pelo padre Massimo Lombardi, reconhecido por seu trabalho junto aos mais vulneráveis na comunidade. O padre expressou solidariedade ao promotor:
"Querido promotor, estou totalmente ao seu lado. É triste vê-lo sempre perseguido pela defesa dos mais vulneráveis. Tenho certeza de que o senhor terá força suficiente para não desanimar nem desistir dessa missão tão importante e difícil. Unidos na fé em Jesus, perseguido, libertador e vencedor."