O estudante Alan Araújo revelou nesta quarta-feira (18) durante o segundo dia de julgamento que perdeu 15 quilos durante os 40 dias em que ficou preso no presídio estadual Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco.
Alan ficou em uma cela no pavilhão Q com oito integrantes do Comando Vermelho. No local, ele afirma que foi vítima de ameaça e extorsão.
“Em 20 anos eu passar pelo que eu passei só eu sei dentro daquele presídio, onde me colocaram por 40 dias. O que passei ali dentro só eu e Deus sabe, ninguém mais vai saber o que eu passei. Meu pai não sabia como era lá dentro e acaba mandado dinheiro pelo advogado pra mim. Foi daí onde começou tudo. A intenção do meu pai era me proteger. Acabou virando um pesadelo. Eles [presos] queriam mais e mais dinheiro, porque eles viam eu com dinheiro. Estava pagando para estar ali dentro, praticamente. Até o momento que eu não tinha mais controle do fato”, contou ele.
Depois dos 40 dias, os advogados de defesa do estudante conseguiram junto à Justiça a transferência dele e de Ícaro Pinto para o Batalhão Ambiental e posteriormente para o Bope.
Alan contou ainda que não faz uso de bebida alcoólica. Ele também afirmou que não é amigo de Ícaro.
"Não estou dizendo aqui que eu sou um santo, mas eu sei quem eu sou. Tenho plena consciência aqui do que eu faço. Vou a repetir: não cometi nenhum crime de racha. Falam que a gente era amigos. Nunca tive amizade em redes sociais com o Ícaro. Não o conheço.”
Alan e Ícaro estão presos preventivamente acusados pela morte de Jonhliane Paiva ocorrida durante um racha em agosto de 2020 na avenida Antônio da Rocha Viana em Rio Branco. Ícaro foi denunciado pelo cometimento de homicídio doloso, omissão de socorro e embriaguez ao volante. Alan, por homicídio doloso.
